sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quando nos permitimos seguir adiante

Há sempre uma forma de olharmos àquilo que criamos, aos laços que se formam, que se apertam e afrouxam para tornar a proximidade tão íntima que nenhuma prisão se faz presente, ao mesmo tempo em que cada nascer do sol contempla a brisa que percorre seus cabelos, afaga seu rosto e também faz com que pequenas gotas de chuva mudem de direção para nos mostrar que nada frutifica sem um propósito real...
Então me pego relembrando o passado recente, que fez com que nos encontrássemos inúmeras vezes para desfrutar dos aprendizados que a vida traz, das lições que trocamos e que vão mostrando novas portas para se explorar, novos mundos a conectar ao nosso...
Por isso mesmo é que cada dia é tão único quanto repetitivo, criando um paradoxo que resolvemos ao olhar com mais atenção a cada detalhe da nossa história, tendo como guia sonhos, desejos e tudo mais que passa a nos dizer respeito quando estamos juntos.
Mas também é preciso entender que o mais importante não é mais enumerado, é vivido, é trilhado e compartilhado, como uma experiência que se modifica diariamente, assim como nossos corações foram pulsando até encontrar um ao outro...
E aí vamos olhando para a história que escrevemos e compreendemos que ao tratar da proximidade também entendemos a necessidade de afastamentos, criando conexões que não amarram, mas que servem sempre para somar, para nos tornar merecedores um do outro.
Só que algumas dúvidas também virão, e serão elas que delinearão as linhas tênues entre as doações e recebimentos, dos carinhos, das conversas, dos dias em que apenas observar o pôr do sol foi o suficiente para dialogar sem usar palavras, do jeito que aprendemos a lidar um com o outro em cada instante, longe ou perto...
Talvez por isso tenhamos aperfeiçoado uma habilidade em fazer cada dia valer a pena, com cada diferença, com todas as similaridades, falando por horas ou silenciando e dizendo muito mais, amadurecendo sem envelhecer a alma, perpetuando uma juventude em cada gesto, do modo como poucos ainda conseguem fazer...
Então paramos de medir o tempo como se fôssemos presos ao que vai aos poucos virando história, passamos a traçar novos caminhos aproveitando cada hora, cada instante em que nos encontramos, até mesmo quando precisamos ter um tempo individual, mas que se soma àquilo que mais queremos, e que de melhor fazemos juntos...
E por esta razão é que tudo o que construímos já não pode mais se desfazer, não pode se apagar, pois no passo seguinte que daremos juntos tudo passará a fazer parte de uma história onde as certezas mais certas são as dúvidas que nos unem e proporcionam momentos que se aproximam dos sonhos de infância, com muitos risos, com um apreciar mútuo similar àquele usado para desenhar nas estrelas e encontrar nas nuvens os sonhos que nos permitem seguir adiante...

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