sexta-feira, 30 de agosto de 2013

As páginas que reconhecemos ao longo dos dias

Aquilo que nos torna reconhecível é fruto da essência que carregamos nos jardins que oferecemos a quem encontramos, deixando-os á vontade para que retornem e também deixem que suas sementes venham acompanhadas de um pouco de si, apontando para os horizontes futuros que trilharemos em companhia uns dos outros, mas, acima de tudo, deixando ainda mais vivas as alegrias que compartilhamos quando lado a lado...
Em nossos encontros e reencontros tomamos consciência das histórias que já escrevemos, daquilo que ainda estamos por gravar nas páginas que os dias ofereceram ao acordarmos, mas que também são compostas pelas noites em que repousamos nossas jornadas de cada dia e que nos dão as certezas das alegrias que parecem incertas e se movimentam pelos mares que navegamos enquanto direcionamos as velas aos ventos que nos trazem os portos seguros.
E feito isso também damos ao reconhecimento uma nova oportunidade para conhecê-lo de novo, como se fosse novo e mostrasse os encantos que se fundem com nossas essências e passam a fazer parte de quem somos...
Só que a cada dia novas sementes brotam, outros solos se fortalecem com as folhas que os alcançam e nos mostram que alguns ciclos servem para fazer encaixar as peças das lições que colecionamos com o passar da vida.
Mas não é só isso que faz com que os dias ganhem novos brilhos, é preciso observar claramente que aquilo que plantamos em conjunto é fruto de outros compartilhamentos que se firmam em nossas vidas para que tenhamos para onde recorrer em certos dias...
Então vamos encontrar tantos horizontes ao caminharmos lado a lado que nossas histórias vão novamente se fundindo em outra que comporta nossas histórias individuais e as conectam como se não fosse mais possível separá-las por qualquer razão ou distância.
E talvez assim possamos construir os caminhos que vão nos levar até os sonhos que uniram nossas vidas, nossas mãos, sorrisos e desejos, para que os horizontes não virem meros finais, pois muitos deles são apenas os começos que continuam a nos dar a chance de escrever mais uma página em nossas vidas...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um preencher da vida

Do viver são criadas experiências individuais que por vezes contam com participações que nos fazem compreender como marcamos as vidas uns dos outros, deixando sentimentos, histórias, alegrias e tantos outros tipos de situações que nos permitem encontrar caminhos ao olharmos para os passos já dados...
E mesmo assim temos que olhar para os mais variados viveres que se encontram pelos caminhos, nas colinas que nos desafiam, nos mares antes de construirmos portos seguros e até mesmo nos céus que alcançamos ao tornar um sonho realidade.
Só que tudo isso só acontece mesmo quando podemos olhar de mais perto como nossos sonhos não são meros achados, assim como nossas ações sempre espelham nossas essências, aquilo que nos mantém dignos de muitas companhias ou que nos faz ser quem somos quando a sós.
Deste jeito também temos uma condição de observarmos que muitas das lições que trazemos conosco viajam por distâncias que nem sempre são mensuradas, do mesmo jeito que vamos nos afastando ou aproximando dos horizontes conforme damos passos em uma certa direção...
Mas do mesmo modo caminhamos para não alcançar todos os horizontes, pois muitos nos pertencem na mesma proporção que nos são apresentados por aqueles que encontramos e formamos laços, sem que para isso ambos os lados precisem abrir mão daquilo que já trilharam em suas histórias...
E de certa maneira podemos sair dos caminhos comuns para escolher nossas próprias histórias ao longo da vida, pois assim escrevemos parte daquilo que nos forma, mas também deixamos que mais alguém participe desta história com o passar dos anos, deixando que outras mãos também acompanhem as linhas que resolvemos preencher juntos...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

No somar dos poucos

A vida é recheada de alguns poucos que se transformam em muito, que dão o tom dos dias em que estamos bem acompanhados, tendo escolhas que vão escrevendo pelas linhas das páginas diárias novas histórias que se somam às já absorvidas pela nossa essência, deixando mais evidente que todo pouco, quando bem compreendido, já é um muito que não temos mais como mensurar...
De vez em quando tentamos medir os momentos em que mais nos alegramos, só para que, de certa forma, fiquemos um pouco mais tranquilos, sem perceber que a vida não é feita de tamanhos, mas de sentimentos que conseguem ou não nos envolver completamente...
E mesmo assim ainda existem certas situações em que os caminhos parecem teimar em se encontrar com nossos passos, como se já não pudéssemos mais escolher por conta própria, ao mesmo tempo em que nos esquecemos que muitos dos jardins que visitamos hoje foram plantados há muito.
Então vamos observando mais atentamente que o mesmo tempo é percebido de maneiras distintas, com nossa essência absorvendo mais ou menos a intensidade dos acontecimentos, deixando que o tempo passe conforme deixamos nossas sementes pelos caminhos que percorremos...
Mas ainda assim os dias são pontuados para serem diferentes, quando na verdade são apenas as percepções e divisões que são entendidas por muitos, mas que na verdade servem para nos mostrar que muitas das páginas ganhas ao nascer do sol sempre contam com uma vírgula ao rodapé da página...
Com estes acontecimentos também vamos amadurecendo aos poucos, deixando que as sementes que recebemos germinem e se tornem fonte de novos frutos que serão distribuídos àqueles que encontramos pelas jornadas que apresentam sempre um novo motivo para seguir adiante...
Por isso mesmo é necessário rever nossas histórias continuamente, sem deixar de notar que ao escrevê-las diariamente também vamos tomando para nós os poucos que no fundo são sementes que devem ser cultivadas da maneira adequada, e por muitas vezes passam despercebidas...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Laços que sustentam

Por vezes os mares velejados parecem esconder os portos seguros que teremos ao longo da vida, deixando-nos preparados para seguir adiante com a vida, preferindo tomar conta das lições que vão se integrando à essência e virando parte de quem somos, do mesmo jeito que nos ligam por meio de laços que perduram pelo tempo necessário.
A cada dia muito do que veremos é tratado como novo, mas por poucas vezes observamos que as definições de tempo que envelhecem são apenas percepções que parecem não tolerar a vida como um todo, tendo que a repartir continuamente em pedaços que são tratados de forma descontinuada, como se perdêssemos um pouco de quem somos a cada nascer do sol.
E isto influencia diretamente nas ações que vamos desenhando em nossas páginas em branco recebidas ao amanhecer, impedindo que as vírgulas sejam mais valorizadas como breves distâncias que nos deixam melhores, passando aos pontos finais um papel que não lhes cabe ao tomarmos consciência de que a vida é um caminho contínuo com curvas, janelas e portas para se observar e aprender, além das subidas e descidas que se encontram tanto em terra firme quanto nos mares que nos deixam ampliar nosso próprio mundo.
Mas mesmo assim tudo o que se aprender nem sempre é visto como importante, pois ao saber que sempre encontraremos alguém que terá algo a nos ensinar passamos a construir as pontes vitais que nos conectam mais profundamente por tudo o que compartilhamos em nossa jornada...
Só que mesmo assim os dias não nascem como páginas em branco, da mesma maneira que também não nascem com poucas linhas a se completar com um pouco mais de nossa história, servindo-nos como o equilíbrio ideal para manter os pés no chão enquanto ainda somos tão ligados às asas de cada sonho...
Deste jeito também observamos mais atentamente que nossos caminhos só existem porque trilhamos um percurso e o demarcamos com nossos passos, do mesmo modo com que o faremos assim que continuarmos em frente, talvez virando para um lado ou o outro, retornando em certos momentos, deixando que mais um porto seguro se forme ou revisitando aqueles que nos dão a certeza de que cada dúvida é parte ativa do caminhar que exercemos ao buscar novos horizontes formando os laços que sustentam muitas das linhas de nossas histórias...

sábado, 17 de agosto de 2013

Nas distâncias dos laços que se formam

Existem dias em que nos perdemos para encontrar outros caminhos, e assim vamos trazendo ao presente certos sonhos que pareciam distantes porque ainda não havíamos desviado nossos olhos dos caminhos retilíneos que se apresentavam...
Por mais que saiamos do caminho mais fácil não há como negar que todos os caminhos nos levam a escrever nossas próprias histórias, gravar memórias que um dia foram sonhos, presentear e ser presenteado com experiências e momentos únicos que compartilhamos e desejamos que não mais se acabem...
Só que acabamos nos esquecendo que os finais que demarcam território na vida são apenas percepções que marcam as alegrias que se tornam saudades, que vão no âmago de cada um para mostrar que as lições mais marcantes não são feitas de momentos em particular, mas de tudo o que podemos construir com mais alguém.
E mesmo assim temos uma certa relutância em aceitar que nossa vida é composta por um pouco de cada um que encontramos, assim como o oposto também é verdadeiro, e é justamente esta troca que faz com que os laços existam, mesmo quando nos afastamos um do outro.
Outra coisa que chama a atenção é a maneira como lidamos com nossas histórias que vão se conectando com o passar dos anos, formando uma história recheada de outras tantas que sequer paramos para contar, pois se o fizéssemos seríamos surpreendidos com todas as linhas que preenchemos ao longo da vida...
Mas não é somente isto que conta, é preciso que tenhamos também um pouco de consciência dentro de cada capítulo de nossa história, não porque ela se finda no rodapé das páginas, mas porque ela sempre nos deixa uma vírgula para seguir escrevendo no dia seguinte, como se já nos avisasse previamente de quantas vezes imaginamos que distâncias são fins...
E ainda assim nossos dias talvez pareçam incompletos, mostrando novamente que em cada espaço cabe uma outra história, um novo aprender ou ensinar, para que no próximo encontro ainda tenhamos a certeza de que os laços que formamos ainda se sustentam e dão forma àquilo que vivenciamos...
Então as retas que formatam certas linhas já não ficam mais tão rígidas a ponto de nos esconder as bifurcações, criando um novo horizonte para nos presentear com momentos que deixam os sonhos tão vivos quanto cada linha que escrevemos em nossos dias, para que, em cada uma das vírgulas, possamos compreender dois pontos só podem se distanciar enquanto ainda houverem laços entre eles...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Conexões essenciais

Vidas são recheadas por conexões que forma nossas essências, deixando pessoas tão próximas ou distantes, mas ainda assim tão ligadas que por vezes nossas histórias parecem se fundir em laços que perpetuam experiências que nos fazem seguir adiante, velejando através dos mares em que nossos portos seguros nos dão certezas de que todas as dúvidas não são em vão, ao mesmo tempo em que nos abastecem com mais e mais razões para continuar a viver...
No dia em que as vidas deixam de se conectar tudo pode parar de fazer sentido, mas desde o nascer todos sempre trazem consigo algo que nos liga a alguém, e conforme o tempo passa isto se amplia, mas dos laços mais generosos recebemos as maiores lições.
E com cada uma destas lições os dias com que aprendemos mais um pouco vão incessantemente nos mostrando que fins e começos podem ser apenas os meios para que percebamos um universo maior, com mais vida, mas certezas incertas e novas correntes de ar para empurrar as velas que nos fazem criar um outro porto seguro nas jornadas que pouco a pouco se conectam ainda mais...
Também é certo que por vezes os dias cheguem a parecer mais vazios, tudo porque ainda não compreendemos que muitas das lições são brisas que se aproximam lentamente do nosso consciente e deixam as sementes germinarem a seu tempo, conforme encontramos tantas nuvens que por vezes nos refrescam com as gotas d´água que trazem até nós...
Só que ainda assim nem toda lição é tão certa quanto as incertas, promovendo um aprender de maneira eterna que nos coloca sempre em situações que nos abrem novas portas, que deixam as bifurcações da vida tomarem forma para que na hora certa tenhamos a escolha mais acertada, mas com um porém que envolve de mistério o que teremos que aprender para fazer valer cada ancorar e partir...
Mas ainda assim precisamos sair de certas buscas porque já as possuímos, e as trazemos dentro de nós mesmos ao percebermos que carregamos em nós um pouco de cada um que encontramos...
E com isso certos vazios que parecem surgir já não tomam mais grandes proporções, vão simplesmente abrindo um espaço para que cada experiência compartilhada fique alocada em um espaço digno de apreciação, fazendo com que não possamos amontoar o que nos traz a energia que torna possível saber que os dias são sequências com breves intervalos que nos dão a oportunidade de sonhar ainda mais alto...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Passos que levam ao alto

De cada curso que se percorre é possível absorver o que faz a vida se tornar maior, mas por vezes parecemos não deixar que os trajetos nos revelem lições, o que dá à vida um período vazio, sem reticências ou pontos finais, assim como os laços já não mais se formam de maneira permanente e contínua.
Cada direção nos revela mais de quem somos se assim o deixarmos, mas na vida os espaço preenchidos não devem ser alvo de aglomeração, tampouco confusão ou do mero seguir um caminho sem saber qual é o destino que se deseja.
Mas muitos também apagam suas histórias ao não deixar o passado se refletir no hoje, minando as possibilidades de uma história concreta no futuro, fazendo dos abismos vazios o porto que tratam com segurança só para esconder aquilo que ainda não compreendem...
E assim tudo o que acontece vai perdendo o sentido, a força e também a possibilidade de ligar histórias separadas por momentos, horas ou anos, deixando ainda mais evidente que as lições não foram absorvidas com o coração, muito menos com a mente e por isso nenhuma das velas é ajustada e os ventos os carregam como folhas que se desprendem das árvores sem destino certo...
Tudo isso vai reduzindo as chances de se encontrar o que se procura, pois as pessoas acabam ocupando um vazio com o pouco que lhes resta, abrindo-se então um espaço praticamente infinito com o passar dos dias, com o perder das histórias e o apagar da própria personalidade e sonhos...
Só que isto não é mero acaso, pois de vez em quando todos passa por isso, ficando à deriva quando um fato maior atinge com todas as forças a vida recheada de histórias que levam a continuar sonhando, paralisando o tempo por instantes que podem se alastrar e consumir toda a vida se nos perdermos de nossas essências.
E deste jeito as histórias vão ganhando trechos incompletos, furos que absorvem o restante como ralos tão grandes que a vida não consegue mais se agarrar a nada, perdendo as histórias e lições tão rapidamente quanto as lembranças que fogem...
Também é fato que ao tomarmos conta do que nos pertence nada se abala tão facilmente, podendo passar por tristezas e desilusões, mas sem que isto vire um imã que atrai tudo o mais que construímos dia após dia, só para nos mostrar que entre as montanhas sempre existem pontos baixos que servem para sustentá-las em meio aos vales e planícies que preenchem o nosso mundo com a vida que nos permite aproveitar os sonhos para alcançar os topos mais elevados...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Linhas que alimentam sonhos

Escrever pelas linhas que se apresentam diariamente é não deixar que os finais se acabem sem deixar que os começos se iniciem, fazendo com que cada palavra, linha ou página tenha seu valor em meio aos mundos que trazemos conosco e visitamos ao estar com alguém...
Por mais que as linhas pareçam grandes ao longo da vida sempre há com o que se preencher se os dias forem vividos e alimentados corretamente, deixando que sonhos sejam cultivados a partir de raízes e não virem nuvens que são levadas por qualquer rajada de vento...
E conforme vamos desenhando nossas vidas ao longo dos tempos que se somam e distanciam para validar as saudades também temos novos mares a desbravar, procurando outros portos seguros para conectar àqueles que já conhecemos e visitamos continuamente.
Da mesma forma com que nossas sombras também nos revelam um pouco mais de quem somos tomamos em nossas mãos a capacidade de seguir adiante, ao mesmo tempo em que jamais poderemos seguir somente com nossa própria companhia por levarmos conosco um pouco de cada um que visitou nossas linhas preenchidas...
Ainda assim cada dia não é digno de nos moldar completamente se apenas frequentarmos lugares sem a empatia que faz cada uma das sementes adormecidas que carregamos brotar, demonstrando que cada caminho percorrido é do tamanho que necessitamos, e que por vezes devem ser apreciados calmamente...
Só que não é só isso que vai determinar os passos que teremos que percorrer, pois em muitos momentos precisamos nos adaptar a quem nos acompanha, tendo um ritmo que não cria espaços vazios em meio às histórias que vamos gravando, mas também não sufocam as palavras apenas para acabar mais rapidamente com as linhas que se apresentaram...
Tudo isso passa a fazer mais sentido quando encontramos os equilíbrios diários que nos aproximam mais de nós mesmos, que não deixam o tempo passar só por passar, mas também faz com que as mais proveitosas lições só sejam completadas quando de fato ficarmos prontos a compreender melhor que as sementes são férteis e precisam encontrar os solos mais adequados e que alimentam cada um dos sonhos partilhados...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Os instantes entre o início e o fim

As pessoas se esquecem de que tudo acontece entre o início e o fim, que durante o trajeto tudo fica mais claro, mais próximo dos passos que damos para alcançar os horizontes que teimam em fugir na mesma proporção, mas que não nos deixam abandonar os sonhos porque nos revelam que além do que vemos diante de nós há um horizonte que nos acompanha...
Apressar os passos para alcançar os horizontes é algo que acontece na vida de todos, com a pressa de chegar e sem saber ao certo o porque dos passos acelerados, deixando mais espaços em branco do que memórias gravadas nas linhas da vida.
E assim acontece diariamente quando abandonamos a nós mesmos dentro de caixas ou por detrás de portas que nos esquecemos de guardar as chaves, saindo em disparada e não observando se quem nos acompanha ainda está ao nosso lado.
Talvez isto aconteça para que tenhamos que parar por breves instantes para nos lembrar de como chegamos até aqui, quais são os caminhos que trilhamos, qual era a composição da paisagem que recheada de cores, sons e aromas nos trouxe um pouco de paz para a alma...
Mas não é assim que tudo acontece, e por vezes é natural deixar tudo transcorrer de forma automática, mas se nos dermos conta de que isso ocorre vamos perceber que por vezes apenas caminhamos sem saber a razão ou sequer que caminhos percorremos...
Isso faz com que tenhamos que observar mais atentamente se o que seguimos é parte de nós ou se são sonhos que não nos pertencem, que vão apenas respingando sobre nós conforme caminhamos e deixamos tudo correr sem a nossa percepção, voltando ao automático que não nos permite sentir a vida.
Só que mesmo assim muitos podem levar os dias consigo apenas como referência de datas ou horas, sem nada para preenchê-los, mas como tudo acontece sem a vida necessária para se notar que se está vivo, nada parece importar...
Com isso as almas ficam mais vazias, deixam de ganhar as asas, ou então vão as atrofiando continuamente, por interferências que nos prendem em caixas que ficam cada vez menores porque tudo o que ali se encontra faz um volumoso vazio que chega a sufocar...
E daí em diante muitos deixam que os dias comecem a se apagar gradativamente, transformando tudo ao redor em meros espaços que não são mais compreendidos, já que pouco a pouco tudo vai perdendo o significado, a importância e os vínculos com as histórias que foram formadas...
Mas quando o oposto ocorre é possível observar que os dias ampliam os espectros e nos mostram detalhes que ainda não havíamos notado, como se a história que escrevemos estivesse sempre pronta para receber os retoques que a torna única e compartilhada com quem também descobriu que toda caixa só pode nos prender se nos esquecermos de tirar as tampas que sequer foram pregadas...

domingo, 11 de agosto de 2013

Enquanto o tempo nos acompanhar

Controlar o tempo é a busca de muitos, enquanto a vida acontece e muito do que se tenta manter por entre os dedos foge, atraindo uma atenção exacerbada e que deixa o mundo ao redor opaco o suficiente para não ser mais percebido como fonte de experiências, vivências, sentimentos e compartilhamentos acompanhados por quem já deixou o tempo de lado para escrever sua própria história.
Muitas pessoas tentam controlar o que é incontrolável, deixam de aproveitar os momentos para tentar trancá-los em caixas que não serão mais mexidas, que ficarão enterradas e não mais trarão aqueles instantes de volta, e tampouco serão recordados pois o solo em que se encontram não é mais fértil.
Por esta razão muitas pessoas vão apenas "funcionando" dia após dia, estão presas ao tempo que tanto querem prender, virando reféns de um algoz que no fundo não o é, recaindo sobre ele intermináveis fugas da vida real quando nossas escolhas não são as mais acertadas...
E com isso muito da vida se perde ao ficar armazenado nas caixas que evitamos mexer para não perder tempo, e que por ironia são as que deveriam ter sido abertas há muito para que pudéssemos viver de verdade, aproveitando as companhias, ficando por algumas ou muitas horas fazendo uso do tempo só para nós, aprendendo como as lições da vida se encaixam, quais são as trocas que fizemos e como poderemos dar a quem encontramos uma estada em nosso tempo verdadeiramente calorosa.
Só que isto parece irreal, chega a beirar o ridículo para muitos, e assim o tempo vai virando apenas a referência dos momentos que abandonamos num lugar que não sabemos mais aonde fica, colocando a vida em um ciclo desequilibrado que consome a todos rapidamente, mas que assim que a idade avança pareceu muito mais rápido do que o foi, pois os dias mecanizados não são sentidos, apenas passados...
E então as datas vão perdendo aquela continuidade, as lições que trazemos conosco vão esmaecendo dia após dia, como se de repente já não existissem mais, apagando as breves memórias que naqueles instantes consumiram cada parte do nosso ser.
Mas com o passar do tempo também é possível tomar uma posição diferente, carregar em nossas histórias mais linhas cheias do que as vazias que se perderam pela tentativa de controlar o tempo, e que vão fazendo das ramificações os dias de encontro com nós mesmos e com todos aqueles que acompanham, e são acompanhados, em nossos passos...
Daí em diante o controlar do tempo vai perdendo o falso valor, o aproveitamento do tempo se prolonga, deixa os dias maiores, estica semanas, meses, anos, amizades, sentimentos e tudo o mais que envolva as pessoas que também deixaram de tentar controlar o tempo para viver e fazer o tempo parar em nossa companhia...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Nas diversidades dos sorrisos

Passamos por diversos sorrisos até que muitas amizades se tornem reais, mas algumas sequer precisam dos sorrisos para se tornarem vivas, acompanhando-nos ao longo da vida, deixando que nossas histórias se unam tão rapidamente que parecem já ter sido ligadas antes mesmo do nosso encontro, ao mesmo tempo em que sabemos que por vezes os sorrisos que nos conecta só é importante quando vindo da nossa essência.
Diariamente nos deparamos com as mais variadas formas de sorrisos, quantidades que nos deixam entrar em um mundo alheio ao nosso, ligando universos rapidamente, apagando certas realidades por ínfimos segundos e mostrando que outras portas sempre podem ser abertas.
Mas só isso não revela o que nos faz trazer para o nosso interior os sorrisos que encontramos, e também não abre espaço para que tenhamos que impedi-los de ocorrer, levando em nossos olhares mensagens que repousam sob as asas de cada sonho.
E aí tomamos para nós um pouco daqueles sorrisos que tanto nos encantam, que se mostram maiores do que muitas das verdades encontradas, deixando que nos mais diversos momentos ainda tenhamos a chance de fazer nosso melhor para quem passa pela nossa história...
Só que sempre precisamos ir um pouco além daquilo que enxergamos, partindo do nosso interior para buscar no mundo o que faz com que não nos sintamos a sós, e mesmo assim revela que as individualidades de cada um é essencial para que possamos reconhecer no outro um pouco de nós...
Talvez por isso os sorrisos encantem rapidamente, mas se nada mais se faz verdadeiro é provável que tenhamos que parar um instante para observar mais atentamente a mensagem, que talvez venha a ser compreendida nos momentos em que nossos passos já se distanciaram suficientemente daquela fonte que muda ânimos ou revela o que faltava para absorvermos mais uma lição.
Por outro lado temos que voltar sempre aos momentos em que os caminhos já não pareciam suficientes para revelar uma resposta imediata, sabendo que um certo sorriso foi responsável pela abertura de portas que ainda não tínhamos visto, tampouco possuíamos as chaves adequadas para abrir, mostrando novamente que por mais que nossa caminhada seja única sempre há mais para escrever as páginas que se convertem em uma história composta e diversificada, do mesmo jeito que ocorre quando dois sorrisos se encontram de maneira tão única que sequer repete as emoções que os fizeram existir...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Querer prolongar

Por mais que os dias se prolonguem sempre teremos uma percepção diferente para cada um deles, revelando que nossas experiências aprofundam os laços que temos com nós mesmos, indo ao encontro das raízes que nos mantém de pé quando mais precisamos, e que também se refrescam com as novas lições que passamos a levar em nossa companhia.
Dias podem ser vistos de maneiras distintas, com tonalidades, cheiros, sentimentos e muito mais do que uma mera sequência dividida de forma a completar apenas as 24 horas que conhecemos, saindo do âmago e alcançando os solos férteis no instante em que percebemos que nossas referências sempre podem crescer e tocar outros horizontes.
Mas ainda assim existem aqueles que podem se prender propositadamente, que não se deixam olhar além do próximo passo, que se amarram ao passado de tal maneira que já não enxergam mais as vias e bifurcações que oferecem outros aprendizados.
E desta maneira muitos vão apenas seguindo passos eternamente programados e sem um viver que traz a oportunidade de serem maiores do que os trechos pontuais que se alocam em suas histórias, deixando lacunas que não serão preenchidas ou que já se fecharam por não serem agraciadas com as diferenças que tanto fazem valer os dias...
Então nossos caminhos só serão trilhados se soubermos como dar o passo seguinte, com quais lições vamos construir as pontes que nos levam ao outro lado, que portos serão seguros quando os dias parecerem nublados demais para se saber qual a posição das estrelas que nos guiam, mas ainda assim sempre há uma razão para seguir, em certos momentos com a máxima atenção, noutros apenas deixando que os horizontes que fogem aos nossos pés se aproximem...
Por isso mesmo é necessário trazer dentro de nós o espaço ideal para se aprender, e dificilmente ele estará cheio se pudermos sonhar mais alto, mesmo que mantendo os pés no solo que se agarra às nossas raízes e fazem valer as seguranças que nos dão toda a certeza de que os mares velejados podem ter os mesmos nomes, mas jamais trarão as mesmas condições, pois a vida segue adiante e nos deixa preparados para fazer dos encontros o instante ideal que nos faz melhores se assim o quisermos...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Instantes a compreender

Compreender os inícios que se unem às nossas histórias formando novas páginas é um caminho que se escolhe ao tomar para si um pouco mais do mundo que nos cerca.
Talvez seja algo até mais profundo, maior e envolvente do que os encontros pelos quais vamos escrevendo através das linhas que se apresentam em cada novo dia.
E assim mesmo cada caminho só é assim definido após nossa passagem, com a gravação dos nossos passos e a interação com nossas lições e memórias que deixam uma nova via ser notada.
Mas não é só isso que molda o que nos rodeia, também não é interessante reduzir nossas experiências ao não entender perfeitamente o que elas nos dizem ou mostram...
E um pouco mais adiante também vamos olhar para trás e notar que o espelho de um futuro reside no passado que recém deixamos ser gravado, e que também já foi algo distante demais do presente ou passado...
Por isso vamos olhando também ao que nos foge por entre os dedos, como se pudéssemos deixar o que deve seguir outro caminho partir, mesmo que não seja tão fácil no primeiro instante...
Então passamos a deixar que as histórias não sejam ligadas por nós que se desfazem, mas que sejam formadas por laços que em dado instante o vendo caprichosamente desmancha para nos mostrar que há mais para se conquistar logo ali na frente...
Só que ainda assim muitos tendem a resistir ao que não se prolongará na vida, deixando de aproveitar a vida de forma mais ampla, prendendo-se ao que já não faz mais bem.
Por outro lado é necessário tomar novos fôlegos para deixar que laços mais antigos ainda se mantenham firmes, e é aí que residem as aplicações dos aprendizados, da maneira como lidamos conosco e com os demais, ao mesmo tempo em que os dias já não são mais contados pelas horas, mas sim pelas experiências que dividimos naquele instante...

domingo, 4 de agosto de 2013

Entre breves e longos momentos

Sem os ciclos ou a estações não é possível aprender, trazer para dentro de si lições que apontam para as continuidades que preenchem a vida, deixando-nos mais aptos a compreender que nossas ações e reflexões vão além daquilo que podemos ver, tocar e passar aos outros, do mesmo jeito que passamos a enxergar que nossos caminhos só serão iluminados o suficiente se soubermos entender o significado real da luz que procuramos para nos manter vivos...
A cada estação é possível aprender algo diferente, mas também são nas estações que podemos encontrar as lições que se estendem por longos anos até serem definitivamente aprendidas, absorvidas e transformadas em parte de quem somos, conectando-nos ainda mais com nossa própria história, com cada um dos nossos sonhos e desejos, trazendo para mais perto e afastando os horizontes que nos cercam.
E então começamos a notar que de cada ciclos levamos o que conseguimos segurar em nossas vidas, através das linhas que se curvam conforme o terreno, que se refrescam nas sombras ou águas, que vão se deixando modelar pelo nascer ou entardecer.
Daí em diante as novas percepções vão se agregando, construindo claramente outras linhas das histórias que por vezes contamos, que se transformaram nas experiências que se unem para tomar corpo em uma história contínua que nos acompanha todos os dias e vai aos poucos se misturando com as histórias de quem por nossas vidas passa...
Mas ao mesmo tempo vamos compreendendo que os pertenceres da vida só poderão nos fazer bem se nos dispusermos a tornar livre aquilo que temos de melhor, e que então passa a nos ligar com quem cruza nosso caminho, mesmo que brevemente...

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Caminhos necessários

Caminhos não podem se resumir a inícios e fins, tampouco devem estar atrelados a uma única direção, do mesmo jeito que se limitam apenas em nossas histórias vividas, mas voltam a tomar proporções que não podem ser descritas precisamente quando nossos sonhos ainda revelam que os horizontes adiante nos cercam para que tenhamos um passado...
A cada caminhar é possível encontrar dias em que as distâncias são apenas trilhadas com vontades que vão nos revigorar, ao mesmo tempo em que nos conectamos com outros caminhos que nos levam a entender as razões pelas quais nossas escolhas vão além do que vivemos no agora...
E isto também traz uma possibilidade de se enxergar além do vazio que por vezes toma o espaço entre o nosso mais recente passo e o horizonte ao qual nos destinamos a chegar, indo ao encontro de outros caminhos que nos deixam aptos a observar um pouco mais profundamente cada lição que trazemos conosco.
Só que ainda assim tudo vai se ligando e desconectando, como se as linhas que definem nossos caminhos já não fossem mais importantes porque nossas histórias ganharam mais valor.
E deste momento em diante os dias que se seguem vão apenas moldando os trajetos do mesmo modo com que os moldamos conforme caminhamos, deixando rastros em certos momentos, por outras vezes tendo-os apagados pelas ondas que alcançam as areias pelas quais ficaram gravados os passos.
Mas também carregamos conosco caminhos que por vezes foram tratados como descartáveis, só que ao pararmos para olhar o que encontramos temos a certeza de que não há como apagar parte daquilo que vivemos ao longo dos dias de uma vida...
E daí em diante os novos dias já se iniciam com outras perspectivas, com aprendizados vindouros que se aproximam de nós quando mais precisamos, mas também chegam de forma serena e sem chamar a atenção enquanto ocorrem, colocando novamente em atividade as essências que nos permitem olhar para os horizontes que não alcançaremos sem aprender o que é necessário...