segunda-feira, 23 de abril de 2012

O acostumar dos olhos

Os olhos são os melhores escritores, os grandes ouvidos que nos mostram detalhes que passam despercebidos por meio das palavras, de sons e sensações, como que dizendo o quanto ainda precisamos aprender sobre quem somos, e também sobre tudo o que nos atrai, o que nos agrada e quem estará para sempre em nossa história...
Desta forma os dias em que vamos nos acostumando com as situações visuais são provas de que vamos perdendo aos poucos a capacidade de apreciar o que mais nos atrai, traços únicos, movimentos repetidos que são exclusivamente individuais, deixando uma trilha de imagens em movimento que se tornam palavras gravadas na alma.
Então o que trazemos para dentro de nós é mais do que um mero conjunto de pontos unidos... são histórias que se integram a quem somos, fundamentando cada vez mais o que é essencial, vital e exclusivamente nosso.
Mas aí também temos que analisar mais do que as ideias, os trejeitos da outra pessoa, a forma como cada ação entra no imaginário e vai escrevendo mais e mais linhas de uma história que invariavelmente não desejamos que acabe, por termos esquecido de que no fim não há um ponto final, mas um novo rumo que tomamos para ir além, para enxergar mais adiante e até perceber que do fundo dos olhos também saem as maiores mensagens...

domingo, 22 de abril de 2012

Nos tempos do florescer

O tempo que doamos aos outros se torna parte de uma história que faz o relógio parar, que traz recordações como se voltássemos no próprio tempo, deixando de lado o agora, fazendo valer o eterno presente, não no sentido desde momento, mas o que ganhamos, os presentes que se fazem presentes... com aquela pessoa que tanto compartilhamos, que queremos sempre do lado, tendo o cuidado para cultivar sempre o nosso melhor para que do outro lado haja o recebimento do que há de mais sublime em nossa essência, uma preocupação que vai além do mero bem-estar...
Mas são poucas as pessoas que estão aptas a aceitar o nosso melhor, que não entendem que nossas ações deixam de ser exclusivamente impulsivas, que são racionais até um certo ponto e que os gestos tidos como previsíveis demonstram apenas que já somos um pouco melhor conhecidos.
Só que também é preciso fazer com que certas pitadas de surpresa sejam inclusas no dia a dia, e para muitas pessoas isto parece inconcebível, pois querem que tudo seja surpreendente sempre, e então vão sendo consumidas por desejos que já não são mais parte de si, mas do que observam e acham que precisam...
Aí os ferimentos são maiores, a dor também, assim como os desejos deixam de ser sonhos que serão realizados para se tornarem o comum... então o diferente não é mais surpreendente, perder o suposto poder e nenhuma semente floresce, pois ao se esquecerem de regá-las as pessoas deixam o conhecer de lado, pois não sabem que hábitos são tão importantes quanto se imagina... o que talvez só aprendam quando o tempo já passou, ninguém mais se doou da mesma forma e existe apenas a lembrança nostálgica do que poderia ter sido uma constante, mas que por imaturidade foi deixada de fora da vida...

sábado, 21 de abril de 2012

Escolhas imutáveis

Às vezes somos apanhados de surpresa por situações onde nossas ações acabam nos levando a um caminho intrigante, as dúvidas passam a ocupar a mente e deixam incertezas que antes não existiam, o que curiosamente influencia nos próximos passos, nas decisões que permitirão prosseguir em um caminho ou tomar outro rumo.
Para muitas pessoas as decisões parecem mais intrigantes do que são, já que cada um possui razões de sobra para não ferir os demais com suas escolhas, mesmo sabendo que qualquer escolha deixa marcas profundas o suficiente para criar brechas que vão se ampliando com o tempo...
Até aí tudo parece natural, como se este aprendizado tão sabiamente já declarado pelas pessoas há tempo fosse imutável, e talvez até o seja, pois as pessoas parecem gostar de não ouvir quem já sabe algumas respostas e acabam indo em direção daquilo que não é o esperado.
Então tudo o que é feito não traz apenas uma escolha, mas envolve todas as pessoas que são parte do dia a dia, da vida, das decisões, dos planos e, porque não, dos sentimentos...

domingo, 8 de abril de 2012

Definições e interesses

Definir o que é importante, o que fará parte da nossa história é algo constante, é praticamente impossível não avaliar diariamente, momentaneamente, cada ocorrido, cada gesto, cada ação... assim como o que oferecemos aos outros também passa por uma análise.
Avaliações são comuns, caem no mesmo cesto para aqueles que não conseguem conhecer a si próprios, que vão tentando fazer com que as pessoas que chegam perto fiquem iguais a eles... como se as pessoas não valessem nada, como se fossem apenas uma massa a ser modelada, moldada de acordo com uma vontade imensa de enquadrar todos em um mesmo perfil... pela incapacidade de aceitar a vida de mais alguém ali do lado.
Aí também vamos encontrando quem permite que a liberdade seja verdadeira, onde cada gesto individual é importante, tendo como base uma imensidão de conhecimento a ser compartilhado, que as pessoas se conectam por algo mais profundo, verdadeiro e escrevem mais e mais linhas de uma história que segue adiante por caminhos tortuosos, repletos de ensinamentos, de lições que são divididas, absorvidas e repassadas, bem como fazemos uso de nossas experiências para entregar ao outro quem verdadeiramente somos...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mais do que exclusividades individuais

O que mais importa é subjetivo, único, exclusivo de cada um... de cada escolha, do encontrar o que é essencial, especial, tão diferente que torna o restante descartável, até mesmo desinteressante, e talvez por isso as maiores dúvidas surjam quando o que mais se deseja não é alcançado, só que este momento não é fruto do achar, é mais profundo, e por esta razão o que vai nos colocar diante do melhor para nós reflete diretamente quem somos, o que fazemos e o que aceitamos dos demais... causando certezas e incertezas, com alegrias e tristezas, mas profundamente nos ligando com o aprendizado.
Naturalmente há muito o que se pensar quando o assunto é o melhor para nós mesmos, faz parte de um querer incansável, de uma forma de colocar à mesa todas as cartas, revelando mais de quem somos para nós mesmos, de mostrar para alguém que sempre há o que melhorar, que o oferecer o seu melhor não é fruto de uma incapacidade de amadurecer, ou de quem é bobo como muitos dizem, mas da habilidade de escolher um caminho onde existem dificuldades, que são contornadas pelo que encontramos de melhor dentro de cada pensamento, de cada ação, de cada gesto, tendo início em um simples respeito por si próprio e pelo outro... algo que confunde quem não se acostuma a receber o bem...
Mas até aí tudo vai parecendo um conto de fadas, onde tentamos eliminar o ruim, o que é maléfico, mas não é bem assim, apenas usamos aquele instante negativo para revelar uma foto, colocar as devidas cores em seu lugar, satisfazendo a alma, os olhos e os desejos mais íntimos.
E por ali seguimos em um caminho seguro, também contemplado por armadilhas, mesmo que este contemplar pareça absurdo, insano e doentio, mas a vida é composta de momentos em que tudo passa por maravilhosas experiências e desastres que nos fazem pensar se somos mesmo merecedores de algo bom ou ruim, que o aprender com as duas faces desta moeda é normal... mas o que é que taxamos de normal senão o percorrer de um caminho no qual vamos aos poucos nos esquecendo de apreciar a paisagem... e aí nos tornamos normais, tão normais que o diferente assusta, que até mesmo o respeito é maligno, cruel e jogado de lado, pois as pessoas passam a se colocar como objetos de seus desejos, e que na maioria das vezes se tornam vítimas de decisões que permeiam única e exclusivamente a dor, o sofrer, pois não cresceram de corpo e alma, apenas avançaram na idade e se deixam levar por escolhas alheias, da moda, dos outros... e aí a tal discussão sobre o que é importante ganha tons distintos, ainda mais quando nossas escolhas partem do que outras pessoas decidem, e que portanto já não nos pertencem mais, não vão permitir que o caminho que sonhamos seja trilhado... um equívoco comum, e que na maioria das vezes é confundido com submissão, quando no fundo é um desejo imenso de não tomar as rédeas do nosso destino e fazer mais por nós, de forma individual, intransferível e verdadeira... mas também é preciso aceitar que não são todas as pessoas que sabem viver com elas próprias, que não se conhecem e que o melhor que podem oferecer é uma companhia vazia, um estar sem a presença plena... até o dia em que acordam e percebem que sempre buscaram um final feliz para as suas histórias ao invés de fazer uma história feliz até o final.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Algo em comum

Às vezes somos levados a lugares distantes através de nossos sonhos, dos desejos de fazer o nosso melhor, de colocar mias de nós mesmos no mundo, para sair do lugar comum, dar novos passos e encontrar fronteiras que levarão às portas que mais precisamos e inconscientemente procuramos, como se ao longo dos dias fôssemos encaixando as peças de um quebra-cabeças chamado vida.
Por esta razão todo passo é importante, as pessoas que se aproximam vão trazendo mais e mais histórias, vão ganhando importância... mesmo que passem pela nossa história de modo breve, mas ao mesmo tempo intenso...
E é aí que as coisas parecem perder o sentido para aqueles que não sabem viver realmente, pois o que dura pouco não chega a ser entendido... compreendido... mesmo quando as explicações são breves, assim como cada dia se torna ao deixarmos de aprender a cada minuto, em cada instante, além de pararmos de fazer uso de nossas experiências para fortalecer os laços com as outras pessoas...

domingo, 1 de abril de 2012

Tênues nuances...

O que vem da nossa essência torna cada momento diferente, com mais opções e leva aos caminhos mais distantes, àquilo que preenche uma tênue lacuna, que faz um dia mudar completamente, que torna viável sair das mesmices que muitos denominam, além de permitir que o crescimento venha de onde menos esperamos... e talvez seja esta a diferença entre o que deixamos acontecer e o que fazemos para ir além do comum, sair dos trilhos, fugir um pouco de nós mesmos, viajar e divagar mais sobre quem realmente somos lá no fundo... para então darmos mais um passo em direção ao que nos faz bem.
Aí encontramos o que importa, não de forma tão rápida, pois estamos acostumados a não olhar ao redor, mas sim para a frente... e é engraçado que as paisagens vão se perdendo com o tempo, o que já foi novidade vai se tornando comum, mas isso é um fator interessante, que mostra claramente que se absorvemos algo é porque este algo já virou parte da nossa cultura, de nossa essência e então pode ser compartilhado...
E por esta razão é que precisamos ter a percepção de que momentos bons e ruins são complementares, inseparáveis e essenciais, mas que sempre poderemos escolher entre o que fica em nossas vidas, e assim delimitamos o quanto nossas essências influenciam em nossas decisões e como vamos aprendendo a lidar com estas nuances.