domingo, 22 de abril de 2012

Nos tempos do florescer

O tempo que doamos aos outros se torna parte de uma história que faz o relógio parar, que traz recordações como se voltássemos no próprio tempo, deixando de lado o agora, fazendo valer o eterno presente, não no sentido desde momento, mas o que ganhamos, os presentes que se fazem presentes... com aquela pessoa que tanto compartilhamos, que queremos sempre do lado, tendo o cuidado para cultivar sempre o nosso melhor para que do outro lado haja o recebimento do que há de mais sublime em nossa essência, uma preocupação que vai além do mero bem-estar...
Mas são poucas as pessoas que estão aptas a aceitar o nosso melhor, que não entendem que nossas ações deixam de ser exclusivamente impulsivas, que são racionais até um certo ponto e que os gestos tidos como previsíveis demonstram apenas que já somos um pouco melhor conhecidos.
Só que também é preciso fazer com que certas pitadas de surpresa sejam inclusas no dia a dia, e para muitas pessoas isto parece inconcebível, pois querem que tudo seja surpreendente sempre, e então vão sendo consumidas por desejos que já não são mais parte de si, mas do que observam e acham que precisam...
Aí os ferimentos são maiores, a dor também, assim como os desejos deixam de ser sonhos que serão realizados para se tornarem o comum... então o diferente não é mais surpreendente, perder o suposto poder e nenhuma semente floresce, pois ao se esquecerem de regá-las as pessoas deixam o conhecer de lado, pois não sabem que hábitos são tão importantes quanto se imagina... o que talvez só aprendam quando o tempo já passou, ninguém mais se doou da mesma forma e existe apenas a lembrança nostálgica do que poderia ter sido uma constante, mas que por imaturidade foi deixada de fora da vida...

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