terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E então o equilíbrio...

Encontrar o equilíbrio na vida é um ponto desejado, pouco alcançado e valorizado, pois as pessoas normalmente tendem a acreditar que este efeito só surge ao final da vida.
Então dia após dias muitos tentam correr atrás do que está dentro de si, pois não percebem que tudo o que é conquistado sempre virá de dentro, da alma, das ideias, dos pensamentos e da simples capacidade de saber conviver com o outro.
Mas os dias também podem ensinar o quanto é possível aprender consigo próprio, ouvindo além das palavras, lendo o que ainda não foi escrito e pronunciando cada ação através dos gestos... algo que pode confundir aqueles que sequer sabem quem são, pois não possuem o discernimento para entender que o silêncio é mais efetivo do que palavras vazias.
E isso leva a entender melhor o motivo principal para se buscar o equilíbrio, que no primeiro plano é interno para somente então sair de cada um, uma lição que só é aprendida quando cada peça se encaixa perfeitamente, onde tudo o que foi escrito anteriormente não faz parte do passado, mas é o presente constantemente sendo atualizado, gravado e escrito... algo para poucos, tão poucos que o isolamento passa a ser natural, não porque a pessoa fica só, mas porque sabe que ao alcançar o equilíbrio interior poderá ter muito mais a oferecer...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Em um ponto mais alto

Quando pequenos temos asas que nos levam a lugares inimaginados, como anjos que percorrem um mundo com um simples bater das asas, que levam a alegria aos demais e preenchem lugarem imensos com um breve sorriso.
Só que temos a mania de crescer, de perder estas asas por mero capricho, por não querer mais voar, deixando de lado os demais anjos para virar homens comuns, sem alegria, sem risos, sem brincadeiras, os tais adultos que preferem lágrimas de tristezas do que a diversão de rabiscar os céus de noite com os dedos formando figuras nas estrelas, do mesmo jeito que cada nuvem traz uma imagem, visível apenas às almas puras e que não deixaram turvar os corações.
E aí lembro que por muitas vezes somos chamados de anjos, como aqueles que estamos acostumados a ter em nossa companhia, que dia após dia mostram que cada degrau subido é uma realiação, mesmo quando precisamos parar um pouco, tomar novo fôlego para seguir em frente, enxugando lágrimas de tristeza para colocar novamente um sorriso no rosto, igualzinho às crianças que conseguem eliminar o que não é bom em poucos segundos.
Mas o tempo também nos revela que até mesmo alguns adultos serão anjos em nossas vidas, que farão tudo parecer tão simples, tão fácil e compreensível que paramos para nos perguntar o que estávamos fazendo antes que não vimos aquela opção, aquele caminho mais simples, também cheio de curvas, mas tão claro que só pode ser visualizado quando as asas nos levam ao ponto mais alto.
Então cada novo voo é um desafio, parece que vamos perdendo a prática de sermos felizes, guardando amarguras, evitando a ajuda dos demais, colocando um orgulho na frente de tudo, de todos, só para acreditarmos falsamente que somos fortes... quando no fundo somos tão frágeis que preferimos criar barreiras intransponíveis ao invés de portas que nos permitam sair e entrar.
E chega um dia em que muita coisa para de fazer sentido, porque voltamos a enxergar o mundo com os olhos de antigamente, sem os vícios de um mundo crescido, inóspito e onde as asas são cortadas impossibilitando a vida de seguir o melhor curso...

sábado, 28 de janeiro de 2012

As melhores paisagens

A maneira como tudo é feito depende do que há na essência de cada um, no jeito em que as ações fluem e revelam aos poucos a maneira como cada um é, e que vira alvo de julgamentos distorcidos, de comparações inevitáveis e até injustas, já que todas as pessoas são diferentes e só podem fazer o seu melhor quando tomam consciência de quem realmente são.
Todos os dias vamos construindo quem somos, completando uma nova página, outra história dentre as muitas que formam a vida, compartilhando o melhor com os outros, dedicando-se ao máximo para algumas pessoas e tentando melhorar, para que tudo valha a pena, seja duradouro e permita que haja mais do que um simples encontro casual.
Então tudo passa a fazer um sentido maior quando percebemos que a natureza das ações reflete a alma, trazendo mais do que ações vazias, que muitos chamam de atitudes ao tratarem os demais como coisas que podem ser coletadas, colecionadas, usadas e jogadas fora...
Mas por outro lado ainda existem aqueles que conseguem olhar para outra pessoa por completo, indo além do que os olhos enxergam, fazendo uma conexão mais profunda, direta, singela e simples, que reduz as dificuldades ao mínimo e mostra que há um vasto campo a ser explorado diariamente.
E com isso acabei aprendendo o quanto se pode fazer, mesmo tendo um questionamento atrás do outro, buscando respostas para muitas perguntas e deixando o tempo trabalhar calmamente, como que ajeitando as peças até que se encaixem perfeitamente, e não como a perfeição simplista e vazia com a qual muitos lidam, mas aquela perfeição onde qualidades e defeitos convivem harmoniosamente, fato que é muito complexo para aqueles que se julgam acima de todos...
Por esta razão cada dia traz um brilho único, como forma de somar, de dar um novo movimento ao que jamais ficará parado e que aponta para os ciclos, que podem ser encarados como as quatro estações do ano, cada um deles com suas dificuldades, facilidades, descidas e subidas, ensinando-nos que há muito mais por trás do que se enxerga em um caminho que parece seguir em linha reta, mas que deixa em nossas mãos a decisão de sair um pouco desta linha e criar as curvas que tanto precisamos para observar uma paisagem ainda maior...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Entre muitas coisas

É engraçado como muitas ações são taxadas, definidas por aqueles que sequer sabem quem são, porque ainda vivem e se existe alguém que realmente lhes dá valor, criando falsos discursos sobre atitudes, onde as pessoas são coisas usadas o tempo todo, descartáveis e substituíveis, levando este tipo de pessoa a passar a maior parte do tempo sem saber ao certo o que deseja.
E mais engraçado ainda é como as mesmas pessoas deixam de pensar, de fazer o que é melhor para si e para os outros, falsificando a própria personalidade, deixando-se levar por modismos, ignorando o respeito pelas pessoas e fazendo qualquer coisa, o que julga ser liberdade.
Mas estas pessoas se esquecem que todos são tão livres quanto árvores, que as raízes são mais importantes, pois elas farão com que os ventos passem, levem algumas folhas e ainda as deixem de pé, curvando-se sob as intempéries, as variações climáticas que trazem chuvas, frio, calor, seca e a neve que faz com que apenas os galhos se curvem, suportem o peso para então retornarem ao estado anterior, sem perder nada, adaptando-se, vivendo de verdade, assim como as pessoas devem fazer.
Então tudo o que plantamos ao longo dos dias só floresce quando nós nos tornamos fortes o suficiente para manter a essência, agindo com flexibilidade e sem se deixar levar por brisas que destoam da alma.
Por esta razão é que algumas pessoas sempre serão julgadas como inadequadas, inaptas para viver no hoje, por terem dentro de si o que ainda mantém a vida interessante, que fazem o máximo para doar o seu melhor aos outros, sem se envergonhar, apena para mostrar que ainda há espaço para quem sabe fazer a diferença.
E ainda assim me pego imaginando como as pessoas que têm alma pura ainda conseguem melhorar com o tempo, sendo verdadeiras, puras e talvez inocentes demais para se colocarem acima dos outros, pois preferem ter pessoas de verdade ao lado, para dar as mãos e levar um pouco de sorrisos e alegrias àqueles que precisam, de maneira incondicional, sem a obrigação do retorno, pois as coisas não possuem sentimentos, não são atrativas e servem ao uso, nada mais...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Onde residir...

É engraçado como as pessoas tendem a usar expressões prontas, já batidas, deixando tudo do jeito que está para não seguir em frente, para olhar para trás e sempre usar de novo um "no final das contas..." para encobrir o que não é entendido, para "mesmificar" cada gesto, cada ação, sem pensar, sem coração... sem nada para dizer a verdade.
Só que estas frases, ditados e expressões são parte de um quotidiano repleto de repetições, das mesmas coisas, das mesmas ações, do mesmo agir por impulso, sem pensar, sem criar ou usar a imaginação para tirar da cartola um sorriso que estampará um rosto, um gesto até bobo, mas sincero, vindo da alma...
Então os dias ganham novas cores quando o espírito ainda é livre, como nos tempos de criança, onde tudo era viável, possível e o passar dos anos fez questão de fechar portas que jamais seriam trancadas na infância, não por medo de não abri-las mais, mas por ter a certeza de que nada do que estava naquele lugar merece ficar isolado do mundo.
E é aí que entendemos que as coisas eram verdadeiras, pois nada ficava trancafiado, sob proteção de inúmeros cadeados, com correntes e chaves que apenas atrapalham a felicidade, por medo de olhar novamente por aquele simples buraco da fechadura e encontrar as melhores memórias da vida, sem ter que se envergonhar dos dias em que algo trouxe medo, e que este mesmo medo é o que determina também todas as forças que cada um possui.
Mas para muitos a vida não é assim, o medo não é algo que vem de dentro, a preocupação excessiva com o que os outros vão achar é maior, e aí pecamos por não doar mais o que antes era de praxe, comum, uma figurinha fácil como muitos dizem, só para satisfazer o ego alheio, que tenta dominar os outros com a finalidade de evitar o encontro com a felicidade...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Reflexos do caminho

Muito do que fazemos diariamente sempre é refletido por algo externo, alheio aos pensamentos exclusivamente individuais, tendo como destino uma ação que coloca em mais alguém o resultado esperado, tornando o tempo descartável, mas ao mesmo tempo tão presente que tudo passa a se misturar.
Então nossas decisões mais verdadeiras envolvem outras pessoas, são como referências que apontam o melhor caminho a se seguir, virando guias que mostram o norte e quais horizontes são mais interessantes realmente.
Por conta disso é engraçado olhar o quanto construímos da nossa história em meio às inúmeras vontades compartilhadas, aos desejos comuns, àquilo que torna uma experiência inesquecível e dá uma nova oportunidade para se aprender.
Deste jeito é possível contornar adversidades, que já nem são mais tão grandes, pois fazem parte da diversão requerida, do caminho que traz altos e baixos, curvas, chuva ou sol, neblina e tantas outras situações que dificilmente serão esquecidas por terem sido gravadas na história de cada um...
E é deste jeito que as coisas acontecem, que dão a impressão do quão perdidos podemos ficar, tendo ao lado quem nos guia, através dos tempos, de cada dia, de um modo único... para que então tenhamos a grandeza de reconhecer que nenhuma decisão é tomada de forma individual, conectando diferentes histórias, criando tantas outras e ainda assim escrevendo as nossas e de todos que estão ao redor.
Mas aprender isso pode parecer simples, e de fato é, só que todos sentem a vontade de tentar controlar as próprias vidas ao invés de vivê-las, de aproveitar uma companhia agradável, de fazer algo pelo outro sem cobranças ou contrapartidas....

sábado, 21 de janeiro de 2012

Somas e dias...

Cada dia traz somas importantes, experiências compartilhadas que vão colocando novas palavras dentro do livro diário da vida, tanto para mostrar que o caminho seguido ainda é longo quanto para apontar as inúmeras referências que formam quem somos.
O interessante é determinadas situações entram e saem do nosso foco, como que brincando com a mente, fazendo conexão com algo maior, mais íntimo e muito importante, que também relutamos em abandonar quando estamos perto e ficamos com dúvidas quando há o afastamento.
Só que todos os dias são gravados um a um, somando mais do que subtraindo, colocando em prática as diversas lições e mostrando que o horizonte só permanece igual para aqueles que se esquecem de olhar para os lados.
E aí muitas imagens e pensamentos retornam ao presente, uma viagem que coloca passado, presente e futuro em um mesmo instante, no mesmo agora... talvez para que saibamos valorizar ainda mais o que já ganhamos e tudo o que ainda entrará em nossas vidas.
Por esta razão tudo pode ser diferente, não de um jeito direcionado a apagar o que foi vivido, mas por termos aprendido, o que já é suficiente quando existe muitas possibilidades à frente.
Mas os dias também vão moldando nossas percepções, abrindo espaço para que as peças se encaixem perfeitamente, já que foram desenhadas há muito e só se farão encaixar com todo o sentido quando estivermos verdadeiramente prontos...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Em tempos de felicidade

Às vezes as definições com as quais nos acostumamos não passam com precisão o que realmente cada um sente, compreende e toma para si como verdadeiro, deixando um espaço infinitamente curto, de um jeito delicado e sem forçar ninguém a aceitar àquela percepção diferenciada.
Então tudo o que é percebido com outro olhar ganha contornos suaves, assim como as definições dos sentimentos ganham proporções maiores, cobrindo um campo maior, alcançando horizontes que ainda não conhecemos e que já trilhamos superficialmente.
Por esta razão muitas pessoas também deixam de entender a própria felicidade, tentando encontrar soluções prontas sem saber que dia após dia encontram os motivos reais para percorrer a vida de maneira feliz, mas não enxergam isso por estarem ocupadas demais olhando exclusivamente para o mundo ao redor.
E assim é possível observar que tudo acaba ligado àquilo que está dentro de nós, o que faz olhar profundamente e tentar criar uma receita do que pode ser chamado de felicidade, composta por lágrimas que mesmo salgadas apontam uma melhor solução, assim como o mar que quando visitado coloca sorrisos nos rostos e tem o mesmo gosto salgado, mas não é encarado como triste.
Aí é preciso olhar com mais calma o restante da vida, as marcas deixadas pelo tempo, as cicatrizes que contam histórias, os momentos em que tudo se resumiu a um único olhar, a um gesto e que ainda hoje é referência para continuar o caminho.
Mas por muitas vezes as pessoas passam a deixar de lado suas emoções, como se fosse algum pecado viver de verdade, apenas por passar a achar que certas coisas já não são mais pertencentes a si próprio...
Com isso cada desenho feito nos tempos de criança perde o brilho, fica de lado, tentando afugentar os traços que antes eram perfeitos e hoje são taxados de imaturos, só porque o crescer se torna melhor na cabeça daqueles que se envergonham de fazer o que é melhor para si e para os demais.
Mas ainda assim é possível encontrar outros fatores que acabam compondo certas formas de felicidade, como a chuva que limpa a alma, abrigando lágrimas que não deveriam ser derramadas e trazendo a água que alimenta as flores, deixando os jardins mais floridos e repletos de espetáculos únicos.
E ainda assim é necessário olhar mais um pouco para esta mesma chuva, que ao chegar perto do final colore o céu com um arco-íris, mostrando que certas situações só são possíveis quando aceitamos outras em um momento anterior, da mesma forma que encontramos o perfume e espinhos nas rosas, colocando uma situação ambígua sob um mesmo foco, fascinando e afastando ao mesmo tempo...
Talvez por isso muitas pessoas pensem que algo é bom ou ruim, sem pesar o equilíbrio que sustenta tudo e mostra diariamente que conviver consigo mesmo não é apenas questão de tornar visível o seu melhor, mas também aproveitar o que parecem ser defeitos, encontrando então a perfeição...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nos dias em que há a falta

Chega um dia em que algo faz falta, parece que a percepção aponta para um conjunto de fatores que estavam ali por muito tempo e de repente sumiram, partindo em busca de uma atenção verdadeira, real e serena.
Os dias são compostos por momentos distintos, tão diferentes que podem parecer iguais quando nós não olhamos para dentro de nós com a finalidade de oferecer nosso melhor, de sermos verdadeiramente quem somos, lá na essência, do fundo da alma e do coração...
Só que isso parece algo fora do contexto, é como se as outras pessoas não se preocupassem mais em se doar de verdade, somente o fazem para simularem quem não são, gerando inúmeras marcas negativas nas outras pessoas.
Mas isso tudo também é fruto de uma tentativa falha em querer igualar todos, de imaginar que os outros sempre serão iguais, e novamente o olhar para o próprio interior é fundamental, pois nós só enxergamos nas outras pessoas o que temos em nós, independentemente da classificação de defeito ou qualidade.
Então chega uma hora em que certas coisas mudam, o mundo parece incompleto da noite para o dia, os sorrisos já não chegam com tanta facilidade, aquele suposto defeito que incomodou tanto era na verdade uma qualidade insuperável, imbatível por qualquer outra pessoa, tão única e verdadeira que assustou e foi jogada de lado.
E por isso mesmo as pessoas acabam se prendendo ao passado, tentando corrigir tardiamente o que fizeram, pois não souberam aproveitar o que receberam sem nenhum interesse falso, sendo apenas uma forma pura de demonstrar que todos devem permitir que a felicidade não seja algo externo, vindo de dentro da alma, dos gestos que outrora são julgados infantis, bobos ou de outra maneira.
Também é evidente que os dias nascem para ser vividos plenamente, e muitas pessoas sentem medo disso, pois passam a acreditar nos outros que a felicidade é gerada por algo visível, palpável ou momentâneo, porque as pessoas se esquecem de olhar no espelho com a alma, deixando que as aparências sejam mais valiosas e a alma fique condenada à escuridão eterna...
Talvez isso tudo seja verdade para quem não pode ser verdadeiro com suas ações, que sempre fique cobrando dos demais uma ação ou reação, apenas por interesse, por não saber viver realmente, iludindo a si e aos demais, para fugir da pessoa que todos os dias se olha no espelho e espera receber algo que jamais começou a construir.
Mas para tudo sempre há um tempo, uma data, uma hora marcada, assim como não existe um manual para que as pessoas sejam verdadeiras consigo e com as demais, mesmo sabendo que muitas das dores serão provocadas por nossas próprias ações...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A vida com inícios

Inícios são engraçados, divertidos e nos fazem pensar porque muitas coisas mudam com o passar dos dias, como se mais nada daquilo fosse verdadeiro, ou então tivesse acabado ali mesmo por não ter sido alimentado da maneira correta...
Só que a cada dia tudo é parte de um início, de um final, de um meio que nos revela o quanto podemos ser ao longo da vida, das ações que fazem com que algumas pessoas venham a gostar da gente, e daquilo que afasta, e que curiosamente é o mesmo que há dentro de quem se vai.
Então o significado dos gestos são suavizados ao longo das precipitações que dominam muitas decisões que nos levam para a frente, que também ensinam e deixam que muitas marcas, que na maioria dos casos são gravadas por pessoas que sempre representarão mais do que imaginam.
E ainda assim há muito mais para se fazer, para tomar para si, dividir e ao mesmo tempo guardar, talvez por não saber a hora certa de usar, talvez porque seja melhor deixar que tudo se ajuste com o tempo, que novamente vai mostrar que cada início trará consigo mais do que um ponto de partida, estruturando todas as referências do passado, criando o presente e abrindo as portas para um futuro, que novamente fará do início a constante de uma vida inteira...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Um jeito de lidar

O jeito como as coisas acontecem sempre dependerão das ações passadas, sem que isso esteja ligado à falta de um controle sobre a vida, mas na plena certeza de que nada é escrito por acaso no dia a dia a que todos estamos apegados, delineando momentos, sentimentos e razões que se embasam nas emoções para definir um gesto, uma ação e o que se pode oferecer aos outros.
Então cada dia não é apenas uma página em branco, como muitos acham, e talvez por isso sequer acreditem que alguém possa lhes oferecer o seu melhor, sem que haja má fé...
E assim mesmo a cada dia muitas pessoas deixarão passar pelas suas vidas o que de melhor podem ter, o que fará toda a diferença entre um ser e estar, algo raro, único e que só se apresenta em poucas oportunidades da vida, diante dos olhos e ao mesmo tempo sob sombras que mantém fresco o que é puro e verdadeiro.
Só que as pessoas se deixam levar pela descrença, como se ninguém pudesse doar parte de si apenas por bondade, do mesmo jeito que as crianças fazem, e que revelam a simplicidade das ações de uma forma que poucos adultos entenderão, pois preferiram envelhecer suas almas ao longo dos dias acreditando que é o correto a se fazer.
Por esta razão é que as amarguras da vida ganham dimensões maiores, viram referências gigantescas e rodeiam todas as ações, quando no fundo deveriam ser locais para apontar onde o aprendizado foi profundo e válido, que ensinaram a conviver com quem somos, individualmente e coletivamente.
Mas também é preciso entender que isso não é simples, já que temos a mania de complicar tudo, de deixar o ego inflar e eliminar as alegrias, como se afastar a felicidade fosse o melhor que cada um pudesse fazer na vida achando que ela, a felicidade, deve ser jogada em um futuro que não chegará...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dentro do ontem...

Ontem... tão presente quanto o hoje, distante como o amanhã e vivo em memórias que em outro instante não existiam, que sequer eram imaginadas, mas que contam quem somos, o que construímos e conectamos.
Seria engraçado não ter um ontem, perder a chance de aprender, de se soltar, de criar laços e fazer com que tudo fosse direcionado a um propósito...
Mas nem sempre acreditamos no que acontece, é mania de sempre esperar mais, de querer mais e de ir doando um pouco mais, até mesmo para provocar, para atiçar sentimentos mesmo, de um jeito único e infantil.
Só que o tempo passa rápido demais, forma um lapso enorme entre tudo, aproxima e repele, traz mais e mais oportunidades de se fazer o que é melhor, sem que isso não signifique errar.
Então os erros vão sendo colocados nas calçadas que trilhamos, nas folhas das árvores que caem no outono e afastam de nós o que já não deve mais nos pertencer.
E por isso o ontem tem uma face diferente a cada dia, a cada olhar, aproximando-se da perfeição que queremos, com nossos defeitos e qualidades, com nossas alegrias e tristezas, do jeito que nós somos, com quem vivemos... e ainda assim tudo parece novo, misterioso e pleno.
Por esta razão os dias não são iguais, e sequer são parecidos, pois aprendemos a cuidar mais de nós quando tudo corre de forma inesperada, para que tenhamos mais força, mais vontade de ir atrás do que as pessoas chamam, e colocam longe demais... e daí me deparo com a felicidade, que está ali todos os dias, até mesmo na tristeza, que se vai com a chuva que muitos usam para encobrir as lágrimas e se esquecem de agradecer.
Aí tudo começa a fazer sentido, a se encaixar e continuar a montar aquele vitral, que vai ter a participação de outras pessoas, que entram em nossas vidas na hora certa, com um jeito especial e delicado, como anjos que chegam para nos proteger do que fizemos no ontem...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O valor das escolhas

Escolher é tão simples, tão complexo, fazendo tudo ganhar e perder o sentido, colocando em lados opostos um mesmo objeto e tornando-o exclusivo no mesmo momento, com tal precisão que até mesmo as palavras escapam, fogem, soltas ao vento e também presas à terra, deixando mais um enigma dentro da mente.
Mas o mais engraçado mesmo é que diariamente as nossas escolhas apenas mostram como o reflexo de nosso interior vira realidade na hora exata, sem que saibamos como acontece, e muitas incertezas parecem ganhar mais corpo.
Só que a vida não é, e não deve ficar, limitada às decisões exclusivamente individuais, pois sempre há um contexto maior, e que poucas pessoas compreenderão, e por isso poderão parecer frágeis aos olhos daqueles que não sabem dar valor para si...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mais do que meras permissões

Permitir a felicidade dos outros é uma ação pouco comum e vista com desconfiança por muitas pessoas que não compreendem os benefícios de se abrir mão de certas decisões em dado momento da vida, já que para viver em harmonia é preciso olhar além do que os olhos podem enxergar.
Então todos os dias parecem moldados por ações que beneficiam várias pessoas, transformando uma decisão individual em algo maior, mais importante e valioso, pensando também nos outros, sem precisar anular a si próprio e colocando novas páginas em uma história que certamente não merece fim.
Só que este nível de compreensão é avançado demais para algumas pessoas, assim como as almas mais jovens sempre deixam de lado o que é aparente, pois sabem que cada um carrega consigo histórias que mudam decisões e são alvo de um pensamento voltado à apagá-las por completo...
Mas isto não é o ideal, já que cada uma das marcas que carregamos contam a nossa história, direcionam os pensamentos para um futuro que engloba mais do que uma única alma, e talvez aí resida um sentimento impotente em aceitar que alguém lhe ofereça mais do que uma mera presença, que deixe os sonhos do outro ganharem asas e virarem realidade.
Também é possível entender que o julgar das ações sempre parte de um lado egoísta de cada um, algo egocêntrico demais para ser explicado, e que quando há um domínio sobre as próprias vontades causa uma estranhesa em certas pessoas, como se o comum fosse melhor, quando a exclusividade é divina.
Mesmo assim todas as ações e decisões tomadas com base em uma história que se mistura com a outra são maiores, melhores e apontam para a empatia, que pode parecer um traço de submissão ou falta de personalidade para os outros, só que se uma pessoa não aceita a felicidade nos outros não vai poder conquistar a própria...

domingo, 8 de janeiro de 2012

Às maneiras de lembrar

Lembranças são formas de demonstrar o quanto guardamos conosco os encontros, as recordações que se armazenam ao longo dos dias, que formam as pequenas histórias que se agrupam à vida e dão a certeza de que cada segundo vale a pena, independentemente do julgamento momentâneo dividido em bons ou maus.
Então todos os dias são percebidos com um novo olhar, tudo deixa de se encaixar no que as outras pessoas acreditam ser o certo e o errado, cada passo dado em direção à nossa própria história é maior, sem que isto signifique ignorar as outras histórias que acontecem ao mesmo tempo e que acabam entrelaçadas com a nossa.
Daí fica fácil perceber porque valorizamos alguns momentos, partindo da premissa de que é necessário ter algo ruim para entender o bom, só que desta forma reduzimos quem somos, o quanto nossa história é importante e deixamos os outros escolherem o que é melhor para nós mesmos... uma contradição que invade vidas e parece colocá-las nas mãos daqueles que sequer se conhecem.
E desta maneira o outro lado, a percepção de que todos os dias ganhamos milhares de presentes e não os percebemos porque se tornaram comuns é mais forte, mas não é o que carregamos conosco, e para muitas pessoas somente na chamada velhice é que perceberão o quanto deixaram para trás por acreditarem que sempre alcançariam algo melhor e não aproveitaram aqueles momentos.
Por isso em certos momentos nos pegamos pensando em histórias que talvez fossem escritas com outras palavras, de outra maneira, só que nos esquecemos de que se assim o fosse não seríamos hoje quem somos, e muitos acham que se arrependem de ter tomado certas decisões, o que não faz sentido, pois isso anula todo o sentido do viver, criando uma prisão...
Mas também é preciso olhar com mais cuidado o que fazemos dia após dia, pois nos aprisionamos sem perceber, moldando nosso jeito de acordo com o momento, com a situação e da maneira que tem que ser...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Em cada novo dia...

O melhor sempre acaba alcançando a todos, de uma maneira incrível, como se nós tivéssemos que parar um pouco e olhar ao nosso redor, pois sempre estamos apressados e esquecemos rapidamente o que traz a alegria de cada dia, fato engraçado, quotidiano e também raro, como se procurássemos escondê-lo sob um tapete por medo do que acontecerá, tentando reescrever um passado recente e desviando do futuro que a cada dia nos permite sonhar novamente.
Todos os dias são passíveis de mostrar o quanto podemos alcançar, e o que chega até nós na hora certa, do jeito certo e por razões mais do que perfeitas, trazendo uma sensação de que as peças que se encaixam pareciam fora do campo de visão e só foram percebidas neste momento...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mais do que ganhar

Ganhar... expressão engraçada, curiosa, simples, tão direta quanto indireta, que faz o imaginário voar, ganhar asas, sair do chão tão depressa que tudo fica pequeno, minúsculo e ao mesmo tempo mais importante.
Só que os dias também nos fazem olhar os ganhos como a forma mais sublime de demonstrar o valor, de dar ao outro a oportunidade de ter alegria, de doar parte de em cada momento, sem o medo de não ter nada em troca...
Mas tudo o que se ganha é fruto de variações que podem deixar tudo maior, melhor e vivo, do jeito que a vida deve ser, vivida, comprimida e expandida, aproveitada ao extremo em cada segundo, até o último segundo, que no fundo será sempre o primeiro.
Então nos apegamos ao que ganhamos, o viver e o aprender, sem se esquecer do doar, mesmo que isso pareça loucura e não faça sentido hoje... e aí percebo que é melhor doar que ganhar, afinal é parte de minha natureza, é meu defeito, mas é um defeito meu, só meu, que não compartilho e distribuo quase que em contradição comigo mesmo.
Mas então eu penso de novo, rindo à toa, por ver que as ações são maiores quando verdadeiras, de um jeito infantil, e se as crianças crescem e perdem isso acabam virando pessoas indecisas, amargas e que se colocam no centro do mundo, por se esquecerem que na infância o mias importante sempre foi fazer alguém sorrir e ficar feliz.
Por isso algumas pessoas acham que perdem o seu tempo com as outras, e os adultos são chatos, mentem e não perdoam, assim como não amam de verdade porque deixaram seu lado mais bonito para trás.
E aí podem surgir perguntas, daquelas que as crianças fazem, que dão sustos e colocam um sorriso no rosto, porque as maiores lições da vida são dadas pelas crianças, que quando crescem não se perdem e ficam com a alma pura e doce que faz a vida valer a pena, como eu sempre acreditei que valesse.
Por isso é preciso olhar para a própria história com mais carinho, sem se arrepender, porque ao fazer isso a pessoa entende que aprendeu e sabe que dia após dia as peças do quebra-cabeças vão se encaixando, pra chegar ao fim de tudo tendo a certeza de que a vida é sempre composta por um segundo, que não passa ou está para chegar, pois ele está aqui neste exato momento...