domingo, 29 de janeiro de 2012

Em um ponto mais alto

Quando pequenos temos asas que nos levam a lugares inimaginados, como anjos que percorrem um mundo com um simples bater das asas, que levam a alegria aos demais e preenchem lugarem imensos com um breve sorriso.
Só que temos a mania de crescer, de perder estas asas por mero capricho, por não querer mais voar, deixando de lado os demais anjos para virar homens comuns, sem alegria, sem risos, sem brincadeiras, os tais adultos que preferem lágrimas de tristezas do que a diversão de rabiscar os céus de noite com os dedos formando figuras nas estrelas, do mesmo jeito que cada nuvem traz uma imagem, visível apenas às almas puras e que não deixaram turvar os corações.
E aí lembro que por muitas vezes somos chamados de anjos, como aqueles que estamos acostumados a ter em nossa companhia, que dia após dia mostram que cada degrau subido é uma realiação, mesmo quando precisamos parar um pouco, tomar novo fôlego para seguir em frente, enxugando lágrimas de tristeza para colocar novamente um sorriso no rosto, igualzinho às crianças que conseguem eliminar o que não é bom em poucos segundos.
Mas o tempo também nos revela que até mesmo alguns adultos serão anjos em nossas vidas, que farão tudo parecer tão simples, tão fácil e compreensível que paramos para nos perguntar o que estávamos fazendo antes que não vimos aquela opção, aquele caminho mais simples, também cheio de curvas, mas tão claro que só pode ser visualizado quando as asas nos levam ao ponto mais alto.
Então cada novo voo é um desafio, parece que vamos perdendo a prática de sermos felizes, guardando amarguras, evitando a ajuda dos demais, colocando um orgulho na frente de tudo, de todos, só para acreditarmos falsamente que somos fortes... quando no fundo somos tão frágeis que preferimos criar barreiras intransponíveis ao invés de portas que nos permitam sair e entrar.
E chega um dia em que muita coisa para de fazer sentido, porque voltamos a enxergar o mundo com os olhos de antigamente, sem os vícios de um mundo crescido, inóspito e onde as asas são cortadas impossibilitando a vida de seguir o melhor curso...

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