domingo, 30 de junho de 2013

Na presença dos questionamentos

Tomamos para nossas histórias as presenças que mais marcam, colocando muito de nossos sentimentos ao saber que de nossas dúvidas levamos cada uma das certezas encontradas, mas que também por meio destas respostas podemos seguir por caminhos que se abrem ao tomarmos consciência de que do nosso lado existe mais do que uma presença...
Levar conosco um pouco de cada pessoa que está ao nosso lado parece difícil, mas é assim que lembranças se mantém vivas em nossas mentes, deixando marcas através de palavras que preenchem páginas ou então ficam gravadas em nuvens que se desmancham com a brisa que as toca.
Só que do nosso lado sempre permanecerão as lições que guardamos em nosso íntimo, deixando que as cargas suportadas pelos ombros em dados momentos fique mais leve ao olharmos para o horizonte que se aproxima quando estamos bem acompanhados...
Talvez por isso fique evidente que de todos os laços que são criados os mais importantes são os mais elásticos, que servem como suporte e conforto quando precisamos, mas também não nos deixam cair antes das conquistas...
E assim que passamos a olhar para cada caminho com outros olhos ganhamos novas referências em nossos dias que se sucedem sem apagar a história, mas deixam mais evidentes que certos desconfortos são apenas lições mais profundas e maiores que precisamos tomar em nossas mãos.
É também fato que por mais que os dias se passem não os sentimos plenamente, pois sempre que estamos com a melhor companhia esperamos ouvir ou apenas ver que as partículas que formam nossas histórias se mesclam conforme seguimos...
Por isso nossos passos conjuntos vão escrevendo contos e sonhos nos lugares que se tornam dignos da nossa presença quando percebemos que no fundo nós é que precisamos ter a sintonia correta para aquele local frequentar...
Mas isto só acontecerá mesmo quando descobrirmos que o melhor modo de preparo vem do aprendizado contínuo ao qual estamos ligados quando estamos perto ou até mesmo longe de quem nos trouxe a lição certa, apontando assim para o rumo que só poderemos seguir se trouxermos conosco as respostas que abrirão caminho para outros questionamentos.

sábado, 29 de junho de 2013

Transformações das perdas

Perdas só existem àqueles que não compreenderam que certos caminhos já não nos pertencem mais, que passaram a fazer parte de uma ruptura que nos deixa amadurecer e seguir o melhor caminho para nós mesmos, mas até que esta percepção seja alcançada há muito a se percorrer, deixando evidente que certos laços se desfazem e nos deixam a impressão de que há algo a se recuperar...
A vida nos faz aprender que é preciso lidar com breves alterações do caminho, de tempos de escassez ou bonança, onde o equilíbrio se faz fundamental e toca a essência que nos torna eternos aprendizes quando assim nos dispomos a cultivar cada experiência.
Ainda assim temos que observar com clareza o que nos cerca, aquilo que nos permite trilhar caminhos acompanhados ou sozinhos, que vão nos mostrar paisagens que não se limitam aos horizontes conhecidos, que vão além das montanhas nuas ou encobertas por nuvens que nos trazem as gotas da chuva...
Então aí podemos começar a olhar para a diversidade de acontecimentos da vida com outras percepções, com um amadurecimento que nos remete aos tempos em que tudo era mais simples porque assim o fazíamos ser, sem perder o encanto do primeiro encontro mesmo quando já passamos por aquele mesmo caminho milhares de vezes.
E aí começamos a contemplar os dias com o que chamamos de outros olhos, vamos redesenhando as imagens que gravamos na memória de forma leve, sem perder o deslumbre ou apenas nos conformar que nossas memórias gravam momentos que não podem ser repetidos em sua plenitude.
Mas também é possível que cada vez que percorramos aqueles caminhos ainda encontremos mais do que as mesmas paisagens ou pessoas, vamos nos realinhar com nossa essência e fazer de cada instante mais do que vagas lembranças daquilo que plantamos anteriormente...
Talvez assim comecemos a perceber que se os dias não mudassem também não mudaríamos nada ao nosso redor, então encontramos nos ciclos e estações mais do que razões para mudar, pois ali encontramos parte da natureza que nos acompanha sempre, seguindo pelos caminhos que mais nos encantam e surpreendem, deixando para trás pegadas que apontam para um passado que hoje se revela no equilíbrio com o qual escolhemos permanecer ou não com as tais perdas que ocorrem.
Por estas razões é que as delimitações do universo que carregamos conosco sempre se envolvem com novos universos, trazendo em sua companhia quem nos acompanhou por poucos ou muitos passos, mas que faz valer cada dia se naquele momento aprendemos ou compartilhamos lições...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Os efeitos dos laços e distâncias

Laços se afrouxam para nos mostrar que certas saudades são importantes para que durante as presenças muito mais seja dito, que as palavras escolhidas revelem um sentimento que nos preenche em certos dias, quando no fundo sabemos que certas esperas parecem infindáveis, mas que no conforto dos encontros recebemos a chance de entregar nosso melhor mais uma vez...
Se cada laço não se afrouxasse de tempos em tempos não teríamos como saber o significado dos momentos que dividimos, deixando que cada laço não vire uma amarra e que possa se estender por novos horizontes vistos pelos olhos de quem aguardamos chegar.
Por isso mesmo é que cada laço nos leva a lugares que se alojaram nos corações, momentos que primam pelo encanto, sutileza e também compartilhar... encontrando tons que não são percebidos quando nos isolamos, mas também revelando que sempre estamos ligados a quem nos faz abrir novamente as asas dos sonhos a alcançar...
Só que apenas isso não é o suficiente para quem se afasta lentamente em nossa percepção, é preciso que tenhamos a capacidade de enxergar que as sementes que nos foram deixadas só florescerão se pudermos encontrar o solo adequado em nossos corações para deixar que cresçam e se alimentem das lembranças que nos fazem sorrir quando sozinhos...
Talvez assim possamos olhar um pouco mais profundamente para a nossa essência e entender que do outro lado os laços ainda existem, que foram apenas esticando a história que construímos para que nos reencontros tenhamos o que observar, trocar, semear e entregar...
E é assim que muitos dias só se prolongam quando voltamos a reencontrar em nossas memórias o que nos fez sorrir, deixando mais evidente que do outro lado também existirão sentimentos equivalentes, dando aos laços a capacidade de reaproximar o que jamais se desconectou, fazendo dos dias que nos separam um motivo a mais para preencher novamente a nossa história com o que vale a pena dividir.
Mas só isso não irá determinar o que pode ser sentido nos instantes de saudade, talvez só possamos compreender mesmo se nos dispusermos a cultivar aquelas mesmas sementes que se acomodam em nossos corações ao invés de pensar nas distâncias, para que assim possamos deixar que nossas histórias percorram caminhos distintos, mas também nos façam reencontrar de novo, para que no mínimo possamos sorrir...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Caminhar ao encontro das respostas

Um caminho sem respostas se esvazia das lembranças que carregamos ao longo da vida, deixando apenas que o vento apague os rastros e revele novamente um solo fértil que não descobrimos ainda, por termos deixado de lado tudo o que construímos dia após dia, usando questionamentos que vão apagando pouco a pouco as marcas deixadas pelos lugares que passamos, como as águas o fazem quando caminhamos nas areias das praias ou se andarmos sobre a terra que se transforma ao se mesclar com as chuvas que podem aliviar nossas lembranças ou então alcançar sementes que florescerão conforme seus ciclos.
Querer a resposta para tudo parece algo natural, mas no fundo é apenas um incessante autoconhecer que brota quando nos deparamos com caminhos que se tornaram desérticos ao deixarmos de lado nossa história, ao olharmos para um horizonte que parece não chegar e que nos deixa sempre a impressão de um meio do caminho que jamais cessa.
Só que respostas só terão valor quando soubermos como elas se encaixam, não porque as perguntas sejam mais importantes, mas porque ambas se completam e dão o tom daquilo que carregamos dentro de nós, da nossa essência que nos faz ir além do passo seguinte, que nos permite construir um caminho sem precisar apagar o que ali se encontra, mas também revela que por onde passamos há sempre um deixar de sementes que só existe mesmo quando por breves instantes tudo passa a ganhar novas contribuições...
E assim os caminhos que cruzamos também vão se conectando ao que trilhamos, mas quando existe apenas o transpassar tudo o que ali foi construído vira uma marca que os ventos ou chuvas carregam, assim como diversas das folhas e pétalas são transportadas para outro lugar, seja no solo que absorve as raízes para manter a vida, seja para depositar aquela energia armazenada em outro lugar com um propósito maior...
Talvez por isso os caminhos trilhados gravem apenas o que mais mexe com nossa essência, o que cria laços que profundos que direcionam aos vários horizontes que nos cercam sem prender, a não ser que assim tenhamos escolhido.
Ao mesmo tempo é possível observar que lentamente os floresceres se conectam com nossas gamas mais variadas de escolhas, que vão tecendo a essência que liberta o viver ou que por vezes apenas se acomoda em um lugar para voltar a sonhar, deixando que neste momento as asas nos tragam experiências maiores, levando-nos até os pontos mais altos ou nos coloquem nos portos seguros da vida...
Então cada dia vai modelando nosso caminho, que com o passar dos anos é preenchido com questões e respostas, com gestos e palavras, com sonhos e silêncios, levando ao nosso próprio conhecimento quem somos e quais são as aspirações que cada um dos horizontes que antes pareciam vazios e distantes nos dão ao deixarmos fluir nosso melhor...
Só que nem sempre vamos entender que nosso melhor é o suficiente, mas também podemos tomar conta daquilo que aprendemos ao repassar lições, ao doar momentos que futuramente serão destacados em cada página em que se encontram evidenciados, contendo as palavras exatas para aquele instante em que o caminho parecia vazio de respostas porque no fundo não nos pertencia, e mesmo assim serviu como um dos maiores aprendizados da vida...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Preenchendo escolhas do ser e estar

O que se faz durante as escolhas entre o ser e estar é possível observar que os dois lados podem conviver plenamente, trazer possibilidades que talvez só sejam encontradas quando paramos um pouco de seguir um único caminho por preguiça de explorar o que há logo depois das curvas que surgem na vida, indo ao encontro de horizontes que servem como base para abrir o caminho para o nascer do sol ou lua, bem como fazer com que eles voltem a repousar quando encontram o horizonte oposto.
Muitas das escolhas que são feitas na vida podem ser baseadas em dualidades repletas de caminhos intrincados, de vias que vão se expandindo como ramificações que nos mostram um cenário finito que parece infindável em um primeiro instante.
Aí vamos tecendo pouco a pouco uma gama de escolhas que se transformam no que fazemos dia após dia, mas que vão se encaixando como peças de um vitral que vai detalhando a vida através das mais variadas formas, cores e relevos...
E a partir disso vamos redescobrindo o que nos deixa aprender a viver, como vamos lidando com os vários momentos em que ser ou estar se apresentam de maneira mais intensa, das vezes em que dias e noites se somam aos muitos momentos de alegria que já desfrutamos, tanto sob as chuvas quanto no nascer do sol, encontrando em nós mesmos o que de melhor podemos oferecer ao outro, aquilo que mais nos deixa perceber que cada sentimento vai ganhando colorações que podem até alcançar muitos anos, mas jamais envelhecerão enquanto pudermos ficar um ao lado do outro...
Mas para que tudo isso se realize também é preciso olhar para trás e notar que muitos dos passos que gravaram os solos já não se apresentam mais, porque aprendemos a caminhar e dar valor ao que realmente interessa e faz valer cada instante dividido, não porque se separada dos demais, mas porque nossas divisões são sempre preenchidas de somas sem subtrações...

domingo, 23 de junho de 2013

Cultivar na alma

A alma é como um oceano que se adapta a tudo que a cerca, tendo em sua essência os mapas que precisamos para escolher quais caminhos seguir, encontrando os ventos necessários para içar velas no momento ideal e fazer com que elas se guardem quando nos encontramos em um porto seguro, do mesmo jeito que fazemos com nossas asas que por vezes nos colocam em lugares que jamais imaginamos alcançar...
Nos dias em que nossa alma já não absorve mais nada tudo parece mudar para um formato retilíneo demais para se compreender, indo ao encontro de paisagens, jardins, visões, percepções e tudo o mais que se possa recordar e que fixaram-se de tal maneira no tempo que se assemelham aos quadros que por vezes nos deixam viajar sem tirar os pés do chão...
Só que nas mesmas percepções há também o profundo conhecimento, na verdade o reconhecimento daquilo que já carregamos dentro de nós, mas que por uma razão que parece sem resposta se congelou no tempo, nos dias e noites que se seguem continuamente.
E é só aí que tudo parece sair do ponto dos tais caminhos mais seguros, deixando que nuvens não sirvam de referência com anteriormente por se moverem rápido demais, por seguirem seu curso cíclico que nos mostra como cada momento é único, mesmo quando parece repetido, pois não somos as mesmas pessoas por tempo algum se olharmos para nossa história que ganha linhas adicionais continuamente...
Então cada página preenchida não é mais um ciclo, mas um degrau que se encaixa nos anteriores e posteriores, que abre espaço para caminhadas laterais e que nos leva às janelas de almas que nos presenteiam com mais e mais linhas compartilhadas.
Talvez por isso acontecer continuamente é que em certos dias nos apegamos àquilo que já nos é familiar, que absorvemos e então encaramos como igual, só que no fundo as maiores diferenças sempre se encontram nas igualdades da vida, deixando-se assemelhar para não fugir de nossa compreensão, mas mesmo assim trazendo outros caminhos...
Há também que se ressaltar que muitas das receitas trazidas pelas lições aprendidas ao longo dos anos já nos pertenciam de forma fragmentada, unindo-se às demais peças ao longo das estradas que se alternam e cruzam, levando consigo os dias que se aproximam e afastam em igualdade, deixando-nos livres o suficiente para nos prendermos como árvores que se sustentam pelas raízes, mas nossa prisão sempre vai se encontrar na alma que resolvermos cultivar, do jeito que quisermos, com quem pudermos e para quem conseguirmos oferecer mais do que um mero estar, pois toda presença também é repleta de ausências que ficam escondidas no fundo da alma...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O transformar das chuvas

Muitas gotas da chuva carregam mais do que se pode ver, levando consigo lembranças, recordações que já não nos pertencem mais, que vão chegando ao solo para alimentar novas sementes, ao mesmo tempo em que as nuvens vão levemente se desmanchando para deixar o sol, a lua ou as estrelas retomarem os céus.
Só que por vezes as almas que são molhadas parecem não mais frutificar, como se os solos em que se enraizaram já não trouxessem mais as vivências que dão os tons para cada nuance de lembrança, como que deixando claro que novas chuvas são necessárias para carregar com elas o que ainda reside na mente...
E deste ponto em diante tudo fica mais claro quando já não existem mais nuvens em nossa mente, levando-nos ao ponto alto que nos deixa mais livres para seguir, mesmo que por muitas vezes existam caminhos onde montanhas altas ainda reservem para nós as nuvens escuras que nos revelam águas tão límpidas que, quando tocam nossa alma, nos deixam próximos à pureza que um dia já carregamos conosco...
Mas com tudo isso também tomamos para nós as questões que já encontraram suas respostas, incorporando-as de tal maneira que passam a ser parte de quem somos, do nosso ser diário, servindo como lições que jamais iremos esquecer ou que podem apontar para um rumo diferente, permeado por escolhas que talvez não pensássemos em fazer ou que farão com que certas sementes não sejam jogadas mais ao solo por termos definitivamente aprendido a viver sem aquilo que nos prendeu um dia.
E aí começamos a observar mais atentamente àquilo que nos cerca, que nos acompanha por longas trajetórias ou pela vida, assim como nossos laços com as chuvas podem ser fortificados quando compreendemos que por certas vezes nós é que deixamos as lágrimas se tornarem as chuvas que alcançam os solos e desanuviam os olhos para enxergarmos com maior clareza.
Talvez assim possamos compreender melhor como cada gota da chuva se torna mais importante quando precisamos, alcançando-nos quando temos que deixar a alma se encharcar, para que nos rios e mares dos dias tudo se transforme em algo maior...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Nas sonoridades das lições

A sonoridade de cada silêncio faz aumentar a cumplicidade que dividimos com alguém, deixando que nossas percepções aumentem sobre aquilo que sentimos, tudo o que construímos e como vamos pouco a pouco aproveitando nossos sonhos para galgar voos mais altos, firmando os pés nos solos que nos fazem tocar os céus quando juntos, tomando para nós mesmos um pertencer mútuo sem posse e que revela o quanto ainda temos para caminhar lado a lado.
Só que silêncios podem ser muito mais altos do que as nuvens que nos trazem sombras para refletir e relaxar, colocando diante de nós momentos em que palavras ditas não fariam sentido e também deixariam que laços fossem desfeitos.
Talvez por isso cada dia seja equilibradamente composto por silêncios e sons, por luzes e sombras que nos aproximam e afastam, que nos deixam caminhar ou voar, navegar ou aportar onde somos bem-vindos...
E assim também observamos que cada tonalidade dos céus vai representando estados de espírito que nos trazem alegrias e levam tristezas, como as águas das chuvas que limpam a alma e de cada folha que enfeita nossos jardins como que mostrando que por vezes certos tempos acumulados devem ser deixados apenas na história.
Mas com isso também olhamos as mesmas nuvens e observamos que por entre elas as luzes que nos iluminam mostram que o caminho escolhido é sempre preenchido por experiências que devemos tomar para nós como lições que aprofundam laços ou os desfazem para que do outro lado possamos deixar a felicidade seguir seu caminho...
Além destas percepções também vamos conhecendo as tonalidades do silêncio que faz florescer sentimentos que nem mesmo palavras podem descrever, que vão se somando diariamente e colocando em nossas mãos mais do que decisões de seguir a felicidade...
Enquanto isso os dias repletos de pausas vão nos mostrando que muitas das alegrias são pontuais e poucas são longas como muitos desejam, deixando de observar que as montanhas crescem do chão, assim como a felicidade que brota pelas raízes das sementes que carregamos no coração e recheamos jardins ao longo da jornada que escolhemos percorrer.
E assim começamos a tomar para nós um novo jeito de caminhar em meio às tristezas e alegrias, sem exagerar nos apegos, sem doar energia demais quando desnecessário e carregando nos nossos silêncios as palavras mais sábias que as lições nos trouxeram...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nas sementes das saudades...

A saudade é uma semente que gera uma árvore quando estamos distante, mas que nos protege quando juntos e sob ela, deixando que cada uma de suas folhas conte um pouco das histórias que vivenciamos sozinhos e juntos, trazendo de suas raízes o que alimenta nossos sonhos, colocando em nossas mãos um pouco do outro, das memórias que podem ser levadas pelos ventos ou que se depositam ao solo em certos momentos...
Mas também é preciso observar que cada uma de suas folhas vai deixar em sua essência mais do que aquilo que dividimos conjuntamente, levando em sua bagagem a história que foi nos formando e que passou a crescer quando começamos a caminhar juntos.
E por isso mesmo acabamos deixando que certas saudades já não nos pertençam mais, do mesmo jeito com que as folhas se desprendem no outono, mas também serão bem-vindas no crescimento de um futuro melhor, unindo raízes, essências e também trazendo-nos frutos inigualáveis...
Talvez por isso poucos compreendam verdadeiramente o que faz parte da própria vida, colocando a saudade como um vazio porque não sabem como preencher os momentos em que estão acompanhados pelas pessoas que trazem suas alegrias e vivências para abraçar o que já se possui...
Então o acordar também vai moldando aos poucos o que a própria saudade revela a nós mesmos com o passar dos dias, e que se não fosse assim não teríamos as memórias e lembranças que nos fazem sorrir sozinhos, que nos deixam pensativos sobre o que faremos quando novamente acompanhados.
Também é evidente que estes aprendizados só serão absorvidos se caminharmos em busca de incertezas tão certas que se tornam portas para os sonhos que se realizam naturalmente, sem que a pressa volta a colocar na saudade o tom negativo que muitos usam, pois se ela se torna assim é porque não se assumem as responsabilidades de fazer bem a quem está ao nosso lado...
E deste jeito os dias podem ficar coloridos até mesmo quando sentimos saudade, pois se observarmos bem é possível ver que as chuvas nos deixam o arco-íris com o propósito da compreensão da saudade da nossa parte, pois nossas lembranças sempre o associarão à chuva que por vezes muitos tratam como negativa.
Assim mesmo é preciso olhar toda a nossa história para ver que a saudade pode ser encarada como um par de vírgulas que nos fazem refletir sobre o que faremos ao nos encontrar novamente, indo de um ponto ao outro sem que tudo se transforme num mero fim, mas possibilite também reticências que nos abrem portas para colocar um sorriso no rosto de quem encontramos mais uma vez...
Com isso percebemos que por muitas vezes um tom negativo parece encobrir sentimentos e momentos, fazendo com que o desgaste alcance a velocidade máxima e apague tudo o que foi construído tão rapidamente que por vezes as lembranças também são levadas como as folhas que os rios depositam em outras margens...
E no passar dos dias em que a saudade se faz presente temos a chance de olhar adiante e tomar para nós o que foi deixado em nossos corações, para ir além da pressa em reencontrar para se despedir de novo, como se o encontro fosse suficiente para deixar os dias mais leves, ainda mais se não são compreendidas as próprias responsabilidades que nos são colocadas quando estamos juntos, deixando evidente que para alguns a saudade é um egoísmo saciável e que retira dos encontros o lado mais humano que cada um pode ter.
Por estes motivos é que poucos ainda preferem tratar a saudade como o intervalo de alegrias compartilhadas, sem que a felicidade seja extinta, regando cada semente deixada conosco, aproveitando o crescer dos jardins que formamos, trazendo memórias das raízes que se entrelaçaram porque estávamos realmente presentes de corpo e alma quando nos encontramos e reencontramos para somar histórias àquelas que já carregamos conosco e que ainda escreveremos enquanto pudermos usar vírgulas...

terça-feira, 11 de junho de 2013

Nos passos que se encontram

Entre nossos passos estão histórias que deixam o viver mais interessante, que caminham conforme os sons dos ventos que tocam as folhas, que levam consigo um pouco das nuvens que se transformarão em gotas de chuva ou trarão sombras que nos refrescam, mas também preciso observar que sempre que nossos passos caminham lado a lado tudo ao redor se torna amigável, deixa mais vivo aquilo que para muitos já não parece atrativo, só que no fundo ainda guarda muito a nos revelar através de pétalas que colorem campos e até se deixam levar nas águas de rios que alimentam muitas sementes.
Também é fato que nos instantes em que paramos por breves momentos ocorreram percepções que se descritas esgotam palavras e não se descrevem plenamente, mostrando que nossos encontros também possuem intervalos para que possamos trazer conosco novas histórias que se revelam parte de nós e ficam gravadas em cada página que vamos preenchendo juntos...
Mas ainda assim tudo pode parecer distante em certos dias, como se nossas asas nos levassem para um ponto longínquo e que nos apresenta paisagens que se misturam com nossos jardins cultivados desde que nos encontramos da primeira vez...
E assim fomos deixando que os jardins do passado fossem se renovando enquanto caminhamos juntos, fazendo das chuvas trazidas pelas nuvens o ponto de partida do crescimento das flores que tiveram suas sementes depositadas nos solos que já nos mostravam a intenção de se cobrir pelo melhor que oferecemos.
Do mesmo jeito vamos entrelaçando nossas histórias sem que sonhos fiquem perdidos ou que apenas um ainda possa usar as asas que nos deixam seguir adiante e alcançar os pontos mais distantes em um piscar de olhos, dando-nos a certeza de que as correntezas, de ar ou das águas, sempre nos deixarão chegar nos portos seguros que foram cativando um pouco de nós a cada encontro...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Caminhar por entre as cores

Atrás das montanhas estão sonhos que nos fazem caminhar apreciando o que contorna o percurso, deixando que bifurcações nos mostrem mais do que aparentemente temos dentro de nós, construindo jardins em parceria com aqueles que ainda não perderam suas asas e deixam a imaginação fluir através dos mares que se conectam ao nosso íntimo...
A cada manhã muitas caminhadas são iniciadas, muitas concluídas e outras carregam consigo uma breve parada nos portos seguros que trazemos conosco dia após dia, abrindo caminho onde parece existir um lugar vazio e sem vida, encontrando as maiores joias dentro de inesperados encontros e revelando a nós mesmos quais são as correntezas que impulsionam sonhos alados e que velejam.
E ainda assim somos capazes de observar tudo com olhares diferentes ou iguais, dependendo do estado de espírito, de quem somos na essência, passando por mudanças ou deixando tudo da mesma maneira eternamente ou até que de repente descobrimos que outros caminhos existem.
Só que tudo na vida vai além disso, percorrendo trilhas que adentram florestas densas ou que deixam apenas os campos floridos nos cercar, carregando gotas de chuva ou folhas que retornam aos solos para fortificar as próximas pétalas que colorirão outras estações...
Mas cada dia pode ser encarado como novo ou apenas mais um, dependendo da maneira como olhamos o futuro e gravamos nosso passado, deixando que o presente seja presente e se transforme num presente que recebemos de braços abertos quando ainda temos a capacidade de olhar dentro de quem somos e escolher as sementes certas para doar aos solos encontrados em outros corações.
Mesmo assim é preciso olhar com cautela para dentro de quem somos, pois muitos dos caminhos são parecidos demais e também revelam que a estranheza que se instala em nossas mentes advém do pequeno confronto com o novo, daquilo que encontramos em alguém e ainda não entendemos por completo, mas se formos verdadeiramente eternos aprendizes vamos delinear com a outra pessoa novas imagens nas nuvens e estrelas que ecoam nos céus que encobrem nossas cabeças...
E daí em diante podemos constatar que para absorver o melhor é preciso doar mais, não pelo mero doar, mas porque carregamos tanto dentro de nós que é possível compartilhar nosso melhor sem perder as fontes que transformam nossas essências em jardins coloridos até mesmo quando apenas o preto e o branco são as cores usadas...

domingo, 9 de junho de 2013

Instantes da alma

Instantes unidos formam histórias que se somam, caminhando juntas lado a lado, vivendo plenamente cada experiência, deixando que gestos e palavras ganhem vida, unindo-se à essência de cada um, carregando consigo uma parte de quem passa por nós, mas também deixando em certas pessoas muito de quem somos.
A cada instante que se soma em nossas histórias temos a possibilidade de olhar par ao caminho percorrido e notar que já deixamos nossos passos gravados em outras histórias, cruzando caminhos que formaram laços com os nossos, tendo ou não pontos finais, passando por incertezas tão certas que apenas colocaram vírgulas um pouco mais espaçadas do que o normal.
Mas mesmo assim cada dia vai encaixando cada instante nos vitrais que formam as memórias e recordações, que caminham pela mente quando certas ocorrências se apresentam novamente ao nosso presente, mas também deixa mais evidente que finais e começos sempre se misturam e nos deixam dentro da vida que preenche os jardins que frequentamos ao caminhar...
E deste jeito tomamos para nós um pouco do outro, de quem nos acompanha no mesmo ritmo, que não nos deixa sair sem levar conosco um pouco de si, dentro de uma troca que, involuntariamente, transforma sentimentos e permite que diversos momentos se eternizem num piscar de olhos.
Também observamos mais claramente o quanto cada laço representa, como eles vão se formando ou até deixando de existir, como forma de permitir que as liberdades não se convertam em prisões, onde a entrega de ambos aos mesmos caminhos não tenha sido acidental, mas completamente vivida por ambos...
Então é possível olhar para trás com outros olhos, deixar que o sentir traga experiências distintas, assim como certos capítulos ficam mais curtos quando as páginas já não absorvem mais as palavras de histórias que partem com os ventos e carregam consigo suas sementes e folhas.
Por esta razão é que nenhum instante pode ser tido como em vão, talvez assim o seja se nos referirmos aos lapsos que nascem quando os laços já não se encontram mais, quando uma história já não pertence mais à outra e se faz desprender com a mais leve das brisas por jamais ter verdadeiramente estado junto a nossa de corpo e alma...

sábado, 8 de junho de 2013

Conhecer cada um dos caminhos e laços

Caminhos são necessários para formar as histórias da vida, para colocar ao nosso lado quem fará da viagem um percurso mais agradável, com lições que construirão um passado em meio ao presente que nos leva ao futuro e deixa cada vez mais claro que cada lição absorvida não é em vão, mas acaba por nos fazer compreender que as alegrias mais duradouras se assemelham às árvores que na chegada do outono perdem suas folhas para retornar na primavera com novas forças.
A vida traz inúmeros caminhos, faz valer cada história de tal forma que sequer vamos contar quantos laços se formaram, pois é muito mais valioso saber quais perduram e nos acompanham durante o trajeto, como se deixassem claro que o combustível que alimenta não é obtido continuamente, assim como as sementes que pouco a pouco vão absorvendo a água necessária para germinar.
Mas isto pode parecer incompreensível para algumas pessoas, deixando que as percepções só gravem aquilo que é um instante de mudança para aqueles que vivem a cada estação ao invés de apenas sobreviver...
Por isso mesmo os dias vão nos deixando mais próximos de nós mesmos quando as folhas retornam como alimento às árvores, criando um modelo de ciclo que sempre aponta para o alto, que nos faz olhar para as nuvens e tentar alcançar os céus estrelados ou ensolarados, entre as gotas de chuva ou apenas colorido por um nascer do sol.
E então vamos consumindo mais e mais lições com o passar dos anos, mas tomamos para nós um pouco do tempo em que nossa essência se abre para ganhar mais e mais conexões com o mundo que nos cerca, que faz de cada pessoa que nos acompanha um pouco de nós ao trocarmos experiências e fazer valer a companhia...
Só que só isso não é tão claro para aqueles que não compreendem a própria essência, que vão apenas marcando os solos com seus passos sem saber ao certo qual direção seguir, deixando para trás o passado que ainda está por vir, fazendo-se valer de um perceber das estações muito diferente, onde a existência não significa viver, mas apenas sobreviver sem ter um laço formado.
Talvez isso seja apenas um pouco do desencanto com o qual a essência foi formada, talvez seja uma percepção daqueles que abandonam os sonhos assim que nascem, sem saber que toda a história que carregam é fruto de germinações anteriores que floresceram e frutificaram sua existência, para que a cada estação pudesse notar que viver vai além do existir, caminhando lado a lado com o sonhar e tendo nos laços formados um novo mundo a se explorar e conhecer...