quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nas sementes das saudades...

A saudade é uma semente que gera uma árvore quando estamos distante, mas que nos protege quando juntos e sob ela, deixando que cada uma de suas folhas conte um pouco das histórias que vivenciamos sozinhos e juntos, trazendo de suas raízes o que alimenta nossos sonhos, colocando em nossas mãos um pouco do outro, das memórias que podem ser levadas pelos ventos ou que se depositam ao solo em certos momentos...
Mas também é preciso observar que cada uma de suas folhas vai deixar em sua essência mais do que aquilo que dividimos conjuntamente, levando em sua bagagem a história que foi nos formando e que passou a crescer quando começamos a caminhar juntos.
E por isso mesmo acabamos deixando que certas saudades já não nos pertençam mais, do mesmo jeito com que as folhas se desprendem no outono, mas também serão bem-vindas no crescimento de um futuro melhor, unindo raízes, essências e também trazendo-nos frutos inigualáveis...
Talvez por isso poucos compreendam verdadeiramente o que faz parte da própria vida, colocando a saudade como um vazio porque não sabem como preencher os momentos em que estão acompanhados pelas pessoas que trazem suas alegrias e vivências para abraçar o que já se possui...
Então o acordar também vai moldando aos poucos o que a própria saudade revela a nós mesmos com o passar dos dias, e que se não fosse assim não teríamos as memórias e lembranças que nos fazem sorrir sozinhos, que nos deixam pensativos sobre o que faremos quando novamente acompanhados.
Também é evidente que estes aprendizados só serão absorvidos se caminharmos em busca de incertezas tão certas que se tornam portas para os sonhos que se realizam naturalmente, sem que a pressa volta a colocar na saudade o tom negativo que muitos usam, pois se ela se torna assim é porque não se assumem as responsabilidades de fazer bem a quem está ao nosso lado...
E deste jeito os dias podem ficar coloridos até mesmo quando sentimos saudade, pois se observarmos bem é possível ver que as chuvas nos deixam o arco-íris com o propósito da compreensão da saudade da nossa parte, pois nossas lembranças sempre o associarão à chuva que por vezes muitos tratam como negativa.
Assim mesmo é preciso olhar toda a nossa história para ver que a saudade pode ser encarada como um par de vírgulas que nos fazem refletir sobre o que faremos ao nos encontrar novamente, indo de um ponto ao outro sem que tudo se transforme num mero fim, mas possibilite também reticências que nos abrem portas para colocar um sorriso no rosto de quem encontramos mais uma vez...
Com isso percebemos que por muitas vezes um tom negativo parece encobrir sentimentos e momentos, fazendo com que o desgaste alcance a velocidade máxima e apague tudo o que foi construído tão rapidamente que por vezes as lembranças também são levadas como as folhas que os rios depositam em outras margens...
E no passar dos dias em que a saudade se faz presente temos a chance de olhar adiante e tomar para nós o que foi deixado em nossos corações, para ir além da pressa em reencontrar para se despedir de novo, como se o encontro fosse suficiente para deixar os dias mais leves, ainda mais se não são compreendidas as próprias responsabilidades que nos são colocadas quando estamos juntos, deixando evidente que para alguns a saudade é um egoísmo saciável e que retira dos encontros o lado mais humano que cada um pode ter.
Por estes motivos é que poucos ainda preferem tratar a saudade como o intervalo de alegrias compartilhadas, sem que a felicidade seja extinta, regando cada semente deixada conosco, aproveitando o crescer dos jardins que formamos, trazendo memórias das raízes que se entrelaçaram porque estávamos realmente presentes de corpo e alma quando nos encontramos e reencontramos para somar histórias àquelas que já carregamos conosco e que ainda escreveremos enquanto pudermos usar vírgulas...

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