segunda-feira, 10 de junho de 2013

Caminhar por entre as cores

Atrás das montanhas estão sonhos que nos fazem caminhar apreciando o que contorna o percurso, deixando que bifurcações nos mostrem mais do que aparentemente temos dentro de nós, construindo jardins em parceria com aqueles que ainda não perderam suas asas e deixam a imaginação fluir através dos mares que se conectam ao nosso íntimo...
A cada manhã muitas caminhadas são iniciadas, muitas concluídas e outras carregam consigo uma breve parada nos portos seguros que trazemos conosco dia após dia, abrindo caminho onde parece existir um lugar vazio e sem vida, encontrando as maiores joias dentro de inesperados encontros e revelando a nós mesmos quais são as correntezas que impulsionam sonhos alados e que velejam.
E ainda assim somos capazes de observar tudo com olhares diferentes ou iguais, dependendo do estado de espírito, de quem somos na essência, passando por mudanças ou deixando tudo da mesma maneira eternamente ou até que de repente descobrimos que outros caminhos existem.
Só que tudo na vida vai além disso, percorrendo trilhas que adentram florestas densas ou que deixam apenas os campos floridos nos cercar, carregando gotas de chuva ou folhas que retornam aos solos para fortificar as próximas pétalas que colorirão outras estações...
Mas cada dia pode ser encarado como novo ou apenas mais um, dependendo da maneira como olhamos o futuro e gravamos nosso passado, deixando que o presente seja presente e se transforme num presente que recebemos de braços abertos quando ainda temos a capacidade de olhar dentro de quem somos e escolher as sementes certas para doar aos solos encontrados em outros corações.
Mesmo assim é preciso olhar com cautela para dentro de quem somos, pois muitos dos caminhos são parecidos demais e também revelam que a estranheza que se instala em nossas mentes advém do pequeno confronto com o novo, daquilo que encontramos em alguém e ainda não entendemos por completo, mas se formos verdadeiramente eternos aprendizes vamos delinear com a outra pessoa novas imagens nas nuvens e estrelas que ecoam nos céus que encobrem nossas cabeças...
E daí em diante podemos constatar que para absorver o melhor é preciso doar mais, não pelo mero doar, mas porque carregamos tanto dentro de nós que é possível compartilhar nosso melhor sem perder as fontes que transformam nossas essências em jardins coloridos até mesmo quando apenas o preto e o branco são as cores usadas...

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