quarta-feira, 26 de junho de 2013

Caminhar ao encontro das respostas

Um caminho sem respostas se esvazia das lembranças que carregamos ao longo da vida, deixando apenas que o vento apague os rastros e revele novamente um solo fértil que não descobrimos ainda, por termos deixado de lado tudo o que construímos dia após dia, usando questionamentos que vão apagando pouco a pouco as marcas deixadas pelos lugares que passamos, como as águas o fazem quando caminhamos nas areias das praias ou se andarmos sobre a terra que se transforma ao se mesclar com as chuvas que podem aliviar nossas lembranças ou então alcançar sementes que florescerão conforme seus ciclos.
Querer a resposta para tudo parece algo natural, mas no fundo é apenas um incessante autoconhecer que brota quando nos deparamos com caminhos que se tornaram desérticos ao deixarmos de lado nossa história, ao olharmos para um horizonte que parece não chegar e que nos deixa sempre a impressão de um meio do caminho que jamais cessa.
Só que respostas só terão valor quando soubermos como elas se encaixam, não porque as perguntas sejam mais importantes, mas porque ambas se completam e dão o tom daquilo que carregamos dentro de nós, da nossa essência que nos faz ir além do passo seguinte, que nos permite construir um caminho sem precisar apagar o que ali se encontra, mas também revela que por onde passamos há sempre um deixar de sementes que só existe mesmo quando por breves instantes tudo passa a ganhar novas contribuições...
E assim os caminhos que cruzamos também vão se conectando ao que trilhamos, mas quando existe apenas o transpassar tudo o que ali foi construído vira uma marca que os ventos ou chuvas carregam, assim como diversas das folhas e pétalas são transportadas para outro lugar, seja no solo que absorve as raízes para manter a vida, seja para depositar aquela energia armazenada em outro lugar com um propósito maior...
Talvez por isso os caminhos trilhados gravem apenas o que mais mexe com nossa essência, o que cria laços que profundos que direcionam aos vários horizontes que nos cercam sem prender, a não ser que assim tenhamos escolhido.
Ao mesmo tempo é possível observar que lentamente os floresceres se conectam com nossas gamas mais variadas de escolhas, que vão tecendo a essência que liberta o viver ou que por vezes apenas se acomoda em um lugar para voltar a sonhar, deixando que neste momento as asas nos tragam experiências maiores, levando-nos até os pontos mais altos ou nos coloquem nos portos seguros da vida...
Então cada dia vai modelando nosso caminho, que com o passar dos anos é preenchido com questões e respostas, com gestos e palavras, com sonhos e silêncios, levando ao nosso próprio conhecimento quem somos e quais são as aspirações que cada um dos horizontes que antes pareciam vazios e distantes nos dão ao deixarmos fluir nosso melhor...
Só que nem sempre vamos entender que nosso melhor é o suficiente, mas também podemos tomar conta daquilo que aprendemos ao repassar lições, ao doar momentos que futuramente serão destacados em cada página em que se encontram evidenciados, contendo as palavras exatas para aquele instante em que o caminho parecia vazio de respostas porque no fundo não nos pertencia, e mesmo assim serviu como um dos maiores aprendizados da vida...

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