sábado, 17 de agosto de 2013

Nas distâncias dos laços que se formam

Existem dias em que nos perdemos para encontrar outros caminhos, e assim vamos trazendo ao presente certos sonhos que pareciam distantes porque ainda não havíamos desviado nossos olhos dos caminhos retilíneos que se apresentavam...
Por mais que saiamos do caminho mais fácil não há como negar que todos os caminhos nos levam a escrever nossas próprias histórias, gravar memórias que um dia foram sonhos, presentear e ser presenteado com experiências e momentos únicos que compartilhamos e desejamos que não mais se acabem...
Só que acabamos nos esquecendo que os finais que demarcam território na vida são apenas percepções que marcam as alegrias que se tornam saudades, que vão no âmago de cada um para mostrar que as lições mais marcantes não são feitas de momentos em particular, mas de tudo o que podemos construir com mais alguém.
E mesmo assim temos uma certa relutância em aceitar que nossa vida é composta por um pouco de cada um que encontramos, assim como o oposto também é verdadeiro, e é justamente esta troca que faz com que os laços existam, mesmo quando nos afastamos um do outro.
Outra coisa que chama a atenção é a maneira como lidamos com nossas histórias que vão se conectando com o passar dos anos, formando uma história recheada de outras tantas que sequer paramos para contar, pois se o fizéssemos seríamos surpreendidos com todas as linhas que preenchemos ao longo da vida...
Mas não é somente isto que conta, é preciso que tenhamos também um pouco de consciência dentro de cada capítulo de nossa história, não porque ela se finda no rodapé das páginas, mas porque ela sempre nos deixa uma vírgula para seguir escrevendo no dia seguinte, como se já nos avisasse previamente de quantas vezes imaginamos que distâncias são fins...
E ainda assim nossos dias talvez pareçam incompletos, mostrando novamente que em cada espaço cabe uma outra história, um novo aprender ou ensinar, para que no próximo encontro ainda tenhamos a certeza de que os laços que formamos ainda se sustentam e dão forma àquilo que vivenciamos...
Então as retas que formatam certas linhas já não ficam mais tão rígidas a ponto de nos esconder as bifurcações, criando um novo horizonte para nos presentear com momentos que deixam os sonhos tão vivos quanto cada linha que escrevemos em nossos dias, para que, em cada uma das vírgulas, possamos compreender dois pontos só podem se distanciar enquanto ainda houverem laços entre eles...

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