terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Em tantos silêncios...

Há momentos em que encontramos novas histórias, mas por muitas vezes também somos encontrados pela história de outra pessoa, conectando-as de tal maneira que a história a ser escrita posteriormente vai contemplando e complementando quem somos, nossos aprendizados anteriores, os dias em que sorrimos, as diversas imaginações que figuraram em nossas mentes até que se tornaram vivas.
Mas também temos que compreender que as histórias que levamos conosco para encontrar novas e as que chegam até nós vão formar laços quando olharmos com mais cuidado ao que nos cerca, quando colocarmos em pauta mais do que linhas vazias, quando conseguirmos preencher os espaços com o coração e a alma.
E aí teremos a capacidade de entender que os gestos que mais encantam são os mais simples, que trilham a delicadeza ao se tornarem vivos como os olhares trocados, como o apreciar o ser vai além do estar presente e faz com que cada dia possua seu devido valor...
Talvez por isso tenhamos que olhar nossas histórias com mais cuidado, enxergando o quanto estivemos felizes ao termos em nossas mãos a simplicidade que preenche de verdade os gestos, saindo do passado para ser no presente o maior presente que poderemos doar e receber, sem que haja um sentimento egoísta de retorno, sem que a anulação esteja presenta, mas que ambos possam verdadeiramente viver...
Então todos os dias de simplicidade ganham mais requinte, viram fontes de uma riqueza que não pode ou deve ser medida, pois assim vamos acabar tratando o nosso melhor, e também do outro, como parte de um jogo em que o maior é relevante, quando no fundo a proximidade dos corações é que faz tudo valer a pena.
E desta maneira os dias que seguem seus rumos vão abrilhantando mais o que compartilhamos, os detalhes vão passando diante dos olhos, alcançando o coração e favorecendo a exposição da alma, dos trejeitos, da observação, dos carinhos e também dos silêncios...
Por isso mesmo é que as histórias só se encontram verdadeiramente quando distraídas, pois é ali que reside um dos segredos das alegrias, dos dias em que poderemos olhar para traz e notar que toda felicidade também passa por momentos em que não a enxergamos, mas poderemos senti-la se em certos instantes preferirmos um silêncio ao invés de nos tornarmos o centro de tudo.
Mas não é só isso que vai construindo nossos caminhos, que permite que as flores dos jardins floresçam ou que deixem transparecer os sentimentos, pois sempre que pudermos ser presentes vamos nos tornar melhores sem a vaidade desnecessária, sem que exista o consumo, a troca, o descabido controle de tudo... vivendo plenamente um presente, não pelo tempo, mas pelo significado que o hoje toma ao seu lado, mesmo que em silêncio...

Nenhum comentário:

Postar um comentário