segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Entre os saberes das asas...

Quando asas carregam nossos sonhos tudo fica muito mais próximo do coração, tendo um caminho que revela todas as referências de nossa essência, dos passos que nos preparam para alçar voos mais altos, que nos deixam ao lado de quem não nos amarra, e sim forma laços que nos permitem ir muito mais longe do que inicialmente pensamos...
As mesmas asas que nos deixam sonhar vão fazer com que todas as viagens gravem de leve as histórias que as lembranças trazem com o passar dos anos, como penas que se aproveitam do vento para conhecer o mundo e depois retornam para nos contar o quanto cativaram e cultivaram.
Mas até o dia em que as penas façam suas jornadas temos que olhar quantas delas encontramos pelo caminho, desprendidas fisicamente das pessoas, mas conectadas eternamente às histórias que cada um traz, que deixam sementes que viajam conosco e vice-versa.
E aí podemos observar que quanto mais alto voamos maiores são os mundos que exploramos, mas não devemos nos deixar levar pelas correntezas só para fugir de responsabilidades, temos que aproveitar o crescente para irmos além, assim como precisamos voltar ao solo para semear as histórias que coletamos.
Isso vai fazendo com que os desenhos das nuvens mudem um pouco, mas não percam a graciosidade e a magia dos tempos de criança, das formações que tornavam as penas compartilhadas com alguém mais interessantes, com histórias que se ligaram sem jamais se separar...
Deste jeito acabamos entendendo a razão pela qual os sonhos só frutificarão no terreno certo, trazendo a cada dia as luzes e sombras para moldar a essência, tanto no tempo seco quanto nas chuvas, vivendo e revivendo estações que nos mostram que até mesmo nossas asas passam por mudanças e se alinham com aquilo que mais precisamos...
Também é preciso olhar a maneira como os dias mais distantes se aproximam conforme nossas viagens se prolongam ou encurtam, como a percepção do percurso vai se alterando, como se as raízes que nos sustentam apenas revelassem aos poucos os horizontes que preenchem nossas histórias de companhias que dão uma tônica diferente àquilo que escrevemos ao longo do tempo... mesmo sem saber.

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