sábado, 23 de fevereiro de 2013

Os laços com o tempo


Dizer que o tempo passa e tudo permanece da mesma forma não é possível, faz com que nossa história se apequene demais, quando no fundo as essências e raízes podem parecer iguais, mas são aprimoradas com o passar dos dias, através das experiências que compartilhamos, dos rumos que cada dia tomou...
Então o tempo já não nos prende mais às lembranças pontuais, pois criamos novos cenários para expandir ainda mais o que sentimos e tornamos parte da paisagem que nos acompanha dia após dia.
E deste jeito conseguimos ir além dos passos que marcaram as areias, mas que não sumiram de nossas lembranças tão cristalinas quanto o presente momento... ainda mais quando vamos olhando atentamente o que nos cerca e que se tornará parte daquilo que construímos.
Aí também nos deixamos levar pelas brisas das memórias que refrescam o que temos de melhor, de maior e mais importante, que nos envolve sem sufocar, abrindo portas e janelas que nos presenteiam com um mundo verdadeiramente vivo...
Por isso mesmo é que as ações mais simples vão delineando os laços formados, que dão cores vivas àquilo que para muitos é um passado apagado, mas que nos olhos daqueles que ainda podem sonhar jamais perdem a força e o vigor.
E assim cada novo dia que nasce não precisa eliminar o anterior, não faz questão de ser mais importante ou mais lúcido, tampouco o único, pois ao aprendermos que todo novo dia soma muito mais do que subtrai conseguimos olhar muito mais à frente sem corrermos para o futuro que nos espera.
Assim cada segundo deixa de ser contado para ser vivido, para ser preenchido com o que temos de melhor, com nossos aprendizados, obstáculos e indecisões tão certas que nos revelam como as respostas provocam novas questões e nos dão a chance de alcançarmos os mais altos pontos ao longo da vida...
Mas mesmo assim encontramos aqueles que se esquecem do básico, que fogem de suas essências por medo de viver, tentando aprisionar a si próprios em lugares completamente isolados, distantes de qualquer janela, sem uma simples porta e também ancorando toda e qualquer chance de aproveitar os ventos para navegar por mares que sempre farão nascer portos seguros que nos sustentam mesmo quando estamos longe...


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