terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Entre as distâncias que envolvem nosso melhor

Lembranças encurtam distâncias da mesma maneira como nos afastam do presente, nos deixam viajar no tempo, voltar ao instante em que imagens inundas a mente e nos deixam perceber que a cada novo dia nos afastamos das meras datas gravadas em pedaços de papel, mas jamais poderemos fugir de quem somos, daquilo que oferecemos a alguém ou guardamos em um lugar de fácil acesso...
Cada recordação faz com que os dias parem por dado instante, transformando-se em livros sob os quais cada capítulo desenha nossa rota, nossa vida, os sonhos, as aventuras, sentimentos e alegrias, trazendo também as lições que só aprendemos quando precisamos novamente erguer a cabeça.
E então podemos nos pegar sonhando com as mesmas asas que nos trouxeram até aqui, através de cada toque, dos olhares que nos acompanharam, das tenras carícias que vão construindo nosso melhor lado, que acalmam os dias em que tudo parece ter virado do avesso, assim como cada aprendizado faz cada momento nos colocar no caminho certo se assim nos permitirmos...
Porém é preciso voltar um pouco mais e olhar para as memórias mais íntimas que revelam mais uma das faces que possuímos, não porque precisamos nos esconder, mas porque a cada pessoa vamos destinar o nosso melhor, o que temos de mais puro, de mais simples e importante.
E com isso podemos observar que por algumas vezes refletimos diretamente o que recebemos, o que vem do outro e por impulso devolvemos... talvez por não perceber que o mundo que nos cerca sempre nos faz refletir o que chega até nós, talvez porque em certas circunstâncias tenhamos que nos defender...
Então muitos passos dados nem sempre serão seguidos de um passado, dando-nos a chance de caminhar um pouco para o lado, para observarmos melhor se aquele caminho é o mais adequado, se é ali que devemos realmente estar ou se de repente tornamos automático o que sempre deve ser feito com o corpo, a alma e a mente.
Talvez assim tenhamos a chance de olhar nossas histórias de novo, tentando decorar o futuro com muitos acertos sem perder de vista os equívocos, não porque precisamos errar para aprender, mas porque temos que parar de mecanizar a vida, tornando-a verdadeiramente viva e explorável através dos tempos que virão e que deixam os tons do passado guiar quem sabe reverenciar o presente com o seu melhor...

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