segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

As certezas de um pertencer

Pensar nos caminhos já percorridos faz com que tenhamos certezas sobre o que cada memória traz ao presente, mas deixa um espaço livre para que o passado nos leva a um futuro com maiores possibilidades, com destinos diferentes e repletos dos frutos que semeamos a cada novo dia.
É intrigante observar a influência do passado no hoje, a forma como o futuro se molda conforme nossas escolhas, como ele é dirigido por aquilo que nos acompanha, nos dando uma base para olharmos com maior cuidado ao que nos cerca, e que com toda a certeza surgiu quando decidimos tomar nossos rumos e marcá-los com nossos próprios pés.
Mas aí surgem dúvidas, que não são tão simplórias, tampouco insolúveis ou que não nos deixem saídas, pois a cada responder das questões temos a certeza de que caminhamos por um percurso nosso, que nos dá razões para ir além do hoje, mas sem apagar a existência dele...
Então o hoje é uma das constantes que mais nos acompanha, que nos abre portas e janelas, que nos permite ver o passado formando o futuro logo ali na frente, que, através dos obstáculos, nos ensina, nos deixa aprender e também permite que por algumas vezes possamos tomar para nós grandes lições ao compartilhá-las.
Além disso, é necessário rever como os nossos pés vão desenhando em areias o que não precisa ser trazido conosco, como se pudéssemos olhar com maior clareza àquilo que nos faz bem, que nos torna melhores e permite que passos sejam dados sem ficarmos ancorados às marcas que o tempo já tratou de levar...
E assim o sentido das decisões também cresce, ganha forma, acaba se tornando maior do que as impressões momentâneas de um agora que vai se apagar em breve, dando-nos a chance de percorrer caminhos que por vezes nos colocam de volta ao rumo correto por mostrar claramente que não é aquele destino que desejamos para nós.
Só assim podemos olhar com cautela às escolhas já feitas, aos destinos mudados, ao mundo que vamos modelando e que por certos dias colocam diante de nossos olhos os vitrais que vamos construindo, como se precisássemos completar um quebra-cabeças chamado de vida, mas que só teremos certeza do tamanho da obra-prima se observarmos calmamente o que cada gesto bom representa... e talvez assim possamos deixar de lado as buscas que não nos pertencem...

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