quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

As distâncias do aprender

Enquanto nossos passos acompanham um ao outro temos a certeza de que as distâncias que ocorrem vão completar nossas histórias, como caminhos que precisamos trilhar sozinhos para então estarmos preparados para voltar a andar em paralelo...
Todos os passos que demos um ao lado do outro são tão importantes quanto aqueles dados separadamente, que desenham outros trajetos, que nos tornam maiores para que possamos doar mais ao outro, para satisfazer certas dúvidas, para obter novas certezas e também transformar sonhos em realidade...
Mas são poucas as vezes em que podemos realmente compreender como os laços podem se afrouxar sem se desfazer, talvez por egoísmo, talvez por esquecermos da individualidade, tendo como suposta desculpa a preocupação disfarçada em prisão sem grades.
E aí temos que escolher caminhos diferentes, ações que vão nos colocar em outros jardins, que nos permitem sonhar novamente, sem precisar aprisionar, sem deixar de lado, mas tendo um cuidado muito maior com as sementes que deixamos um no outro, para que floresçam e tragam frutos melhores...
Só que os dias parecem nos revelar outra realidade, outros caminhos... percursos que não nos deixam ver o que está mais à frente, pois temos uma certa mania em cegar a nós mesmos por não compreendermos a existência do outro, as liberdades que nos aproximam sem precisar ferir...
E com uma ação diferente podemos fazer mais, podemos dar mais do que uma presença momentânea, um rabisco de quem somos, um rascunho de nossas ações que acabam por promover uma prisão ao invés de proporcionar novos sonhos, muitos deleites com a companhia e também com a ausência que se transforma em saudade...
Mas aí pode entrar o ego, a constante obrigação do pertencimento em forma de prisão, como se apenas uma história fosse importante, só que por uma tal de sorte não é assim que acontece quando aprendemos que para sermos nós mesmos temos que cultivar o outro.
Então tudo passa a ser maior, encantador, sonhador, imaginativo, alegre e repleto de lágrimas que contam histórias sem precisar de palavras, que curam certas ferias e também vão alcançar aquelas sementes do outro no coração de quem aprendeu a viver de verdade...

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