quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um simples medir de palavras

Palavras pesam, definem, movem e também paralisam, como se tudo o que as envolvesse ainda não fosse suficientemente satisfatório, deixando que no âmago das situações cada interpretação diferente acabasse caindo em um senso comum, em um lugar qualquer, como se as mesmas palavras que elevam não fizessem a dor surgir.
Mas em certas horas as palavras também deixam de existir da forma como a maioria das pessoas as enxerga, ouve e imagina, passando apenas a conviver com um contexto onde gestos apontam para interpretações sublimes e mais verdadeiras, principalmente quando a mente não consegue deixar sair pelas mãos ou pela boca o que é indescritivelmente sincero.
Então tudo o que acaba envolvendo uma palavra é suficiente para abrir e fechar mundos, criar histórias e colocar um ponto final em outras, sem que haja necessidade de se ir além do presente.
E isto acaba nos colocando em uma situação onde o mundo fica à mercê da boa vontade daqueles que tratam palavras e pessoas com delicadeza, com simplicidade e retidão, pois através das pessoas as palavras ganham definições e se voltam para as mesmas pessoas.
Por isso há de se ter um cuidado maior quando palavras são jogadas, como todos já sabem e conhecem os efeitos daquilo que sai da mente por meio da palavras sem um pensar mais prolongado, como se o tempo faltasse, onde um erro nosso é suficiente para deixar a história prosseguir seu rumo...
Mesmo assim ainda acredito que nada é feito de forma proposital, talvez como forma de perdoar aqueles que se deixam levar por instantes onde um turbilhão de ideias passou pela mente e trouxe como resultado um estrago que não pode ser medido, que não sara tão rápido quanto se deseja e preenche de lágrimas os dias.
E com isto acabo entendendo melhor porque o perdoar não deve partir dos outros, mas de nós mesmos, que antes de tudo devemos deixar o ego de lado e aprender que, assim como já fizemos um dia quando crianças, podemos deixar que nossas histórias sejam iluminadas por estrelas, mesmo quando nuvens trazem as chuvas para encobrir as lágrimas de tristeza...
Então acabamos saindo da mesmice, perdoando nossos supostos erros, que acredito que sejam as melhores experiências de uma vida e ainda assim aos olhos dos outros são erros, pela incapacidade de criar uma história única, recheada de boas palavras, até mesmo quando as lágrimas ficam gravadas em um dado ponto da vida, mesmo que encobertas pela chuva que acompanha o mesmo ritmo, mas sem o mesmo gosto...

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