sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Transformar tudo em contagens...

O último segundo parece tão distante, ao mesmo tempo tão perto, tão evidente dentro da mente, mas distante o suficiente para ser lembrado, fazendo com que as pessoas eventualmente descubram que tudo o que é importante pode estar ou não ao alcance em tão curto espaço de tempo...
Eternizar momentos pode parecer um discurso simplista demais, até inocente, daqueles que somente as crianças são capazes de fazer, e que cada adulto se esforça diariamente para perder, para tentar ser quem não é e apagar a alegria da vida.
Mas o que mais chama a atenção é mesmo a forma como todos se comportam diante de muitas situações, o jeito com que se apegam ou desprendem, mas sem o mesmo brilho de antigamente, pois tudo o que entra e sai da vida vai perdendo a graça, não porque deixou de ser interessante, mas porque nós perdemos aquele olhar curioso, onde tudo é sempre visto como da primeira vez...
Por esta razão muitas ações são difíceis de serem expostas, guardar parece mais seguro, mais correto e sincero consigo próprio, para não causar inveja ou mostrar que as coisas mais simples colocam um sorriso no rosto que muda a forma como o mundo é visto.
Então os dias parecem que vão se repetindo, as ações também, as pessoas ao nosso redor vão sendo moldadas conforme nossa percepção é formatada, encaixada em um padrão que ignora a humanidade dentro das pessoas, incluindo o próprio espectador.
Só que sempre há uma razão para se viver além do que é visto, sentir não é apenas uma questão de ligar ou desligar botões, tão comuns nos dias de hoje que já são desejados por algumas pessoas, para não ter que conviver com o que é diferente, e que em certos casos é a expressão mais pura e verdadeira do que se sente...
E aí o mundo parece que vai sendo consumido por muros que isolam pessoas, sensações, visões e pensamentos, não é mais possível fazer algo diferente, para não espantar os demais, para não ser julgado de maneira errada e acabar afastando o que de melhor está presente no dia a dia.
Também é engraçado olhar para trás, como os medos moldaram a personalidade, como a expressão do que é viver fica ofuscada por aquilo que delimita a vida, coloca limites de forma a aprisionar as pessoas e transforma a beleza em algo comum, corriqueiro, sem valor, pois tudo acaba ficando parecido, parecido até demais, para não nos dar a oportunidade de olhar novamente o mundo com aqueles olhos de criança que se encantam com as imagens mais singelas, verdadeiras e que apontam para o caminho correto, só porque um dia disseram que tudo na vida tem sua fase, esquecendo-se completamente da alegria e felicidade...

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