domingo, 28 de abril de 2013

Encontrar a nós mesmos...

Há dias em que muito parece fugir por entre nossos dedos, escapando aos poucos ou de uma única vez, saindo em disparada numa direção oposta e ficando longe de nossos olhos, mas de certa forma são estes instantes que nos mostram que sempre há mais para se ver, para se sentir, provar, sonhar e até mesmo caminhar ao lado, sem que para isso tenhamos que apagar nossas essências apenas para agir sem sentido algum...
Mas o tempo nos trata de mostrar que o que definimos como perdas nem sempre o são, talvez porque o apegar não tenha sido absorvido por completo, talvez porque fique a sensação de que aqueles momentos não se repetirão...
E então continuamos a caminhar e passamos a ver que nenhum momento se repete, que muitas histórias podem ser resumidas em poucas linhas, poucas palavras ou então caminham junto com as nossas para nos mostrar que quem está verdadeiramente ao nosso lado nos oferece a saudade como uma das fontes de recordação.
Mesmo assim temos o hábito do egoísmo que nos faz pertencer a um mundo paralelo, criando trilhas ou conexões que apenas levam às janelas que apontam para mundos vizinhos, deixando que a superficialidade tome conta do que deve na verdade se enraizar dentro de nós.
Aí vamos olhando para trás e notando que carregamos conosco um universo grande demais de sentimentos, de liberdades e prisões, e que somente no equilíbrio aprendemos a viver, mesmo quando do outro lado encontramos somente o espaço de uma partida...
E com esta visão as dúvidas crescem, talvez se multipliquem na percepção inicial, mas no fundo as dúvidas apenas mudam o foco, talvez revelando que daquilo que possuímos verdadeiramente já havíamos nos separado ou escondido em um lugar que pouco depois encontramos...
Só que mesmo assim a suposta perda vai deixar certos frutos pelo caminho, com floresceres que traçam linhas que pontilham nossas histórias e nos fazem aprender que a cada dia podemos ganhar e perder... mas por certo costume temos a mania de não ver que a suposta perda pode nos libertar...
Talvez assim possamos ir vagarosamente escrevendo nossas histórias com um foco diferente, não deixando que partidas se façam mais importantes do que as sementes que cada pessoa deixa em nossos corações, para que através da alma possamos regá-las e aproveitar melhor cada linha da história que nos acompanha e só faz falta quando nos esquecemos de nós mesmos...

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