A cada dia tudo parece muito distante sem sua presença, nos instantes em que me afasto até de mim mesmo, daquilo que melhor sei fazer, do que coloco à sua disposição e não deixo que acabe...
Mas os dias vão levando consigo cada experiência que parece fugir de mim, na verdade de nós, mas que também revelam uma noção muito mais ampla do que desejamos, do que faremos.
Os dias então vão se alongando e ficando mais curtos, ganham tons coloridos ou nostálgicos em preto e branco, formando ciclos que nos levam a um interior muito mais profundo e essencial à vida.
Raramente também deixo que cada dia ao seu lado seja comum, fique preso àquilo que se repete, que gira em torno de um ponto fixo ou uma rua sem saída.
Nem por isso temos que esquecer os momentos, apagar lembranças que deixaram marcas, independentemente de boas ou ruins, que no final de tudo nos ensinaram...
Assim vamos revendo cada palavra, reencontrando palavras que são parte de tudo o que gravamos na vida um do outro, nos instantes em que até mesmo em silêncio dissemos muito.
Outros momentos também vão nos trazendo mais e mais recordações daquilo que deixamos entrar em nossas vidas, de cada nascer do sol, de cada contar estrelas e de como cada dia é diferente...
Com essa percepção tudo vai ficando mais claro, vai trazendo contornos que apontam para sonhos e lugares que são parte de nós, além de permitir que coisas novas fossem sugeridas.
O que também retorna à minha mente é como os primeiros passos foram significativos, que demarcaram um caminho compartilhado e que sempre leva um ao outro.
Raramente me pego distante do que mais importa, das linhas que escrevemos um ao lado do outro, de todas as páginas que foram preenchidas, ilustradas e que carregam nosso melhor.
Repetindo alguns caminhos também nos deparamos com os rumos que foram dados às nossas vidas, ao que ficou escrito em locais que de vez em quando revisitamos para seguir em frente...
E isso também nos deixa espaço para olhar os frutos que deixamos ao longo do caminho, que fizeram parte de um processo de aprendizado mútuo e que até hoje se repetem.
Sem deixar isso interferir nos passos seguintes é possível também olhar que nem mesmo as sementes foram colocadas da mesma forma no solo, assim como as folhas das árvores sempre balançam de maneira diferente.
Por esta razão tudo o que viemos construindo dá suporte ao que ainda faremos, deixando os sonhos fluírem de tal maneira que nossas asas sempre nos levam a locais que só reafirmam o quanto podemos compartilhar.
Outra razão para seguir estes mesmos sonhos fortalece os laços que formamos, o que deixamos preso às nossas essências e que floresceu pouco a pouco.
Neste mesmo instante também noto que os dias mais longos proporcionaram experiências marcantes, que delimitaram percepções, que trouxeram novas visões e aprendizados para ambos.
De outra maneira também saímos em busca daquilo que completasse nossas histórias, que levasse aos sonhos e abrisse caminho para que em breve estivéssemos juntos novamente.
Isso também aponta para o quanto estamos conectados sem impedir que o outro viva, que abandone sonhos por um egoísmo ilógico, revelando toda a natureza daquilo que criamos conjuntamente.
Do outro lado também encontramos mais do que tínhamos em mente, como se a presença da união destas histórias fosse apenas mas um dos inúmeros laços que fizemos desde o primeiro instante de vida.
O que também nos deixa a oportunidade para vislumbrar com olhos e mentes aquilo que nos mantém juntos mesmo quando longe, que conectam palavras, linhas, páginas e os passos que vão ao encontro da felicidade...
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