sábado, 12 de novembro de 2011

Incompreensões e comparações de histórias

Nem tudo dura o suficiente, parecendo sempre querer mais tempo para ser aproveitado, para durar e trazer novas percepções, novos detalhes que desenham histórias iniciadas para não ter fim, para passar a sensação de imortalidade e fazer com que cada preocupação desapareça, que saia da mente por alguns instantes e se torne parte da história ligada às pequenas peças de todo o quebra-cabeças.
O fato de perder algo de repente torna a mensuração das histórias proibida, ancorando todo o desenrolar das páginas, como se apagasse as linhas aos poucos, ou sequer as deixe aparcer, tentando colocar um ponto final em tudo o que foi feito até ali.
Então os dias são transformados em páginas que pouco a pouco são preenchidas, ganhando marcas, traços e memórias que dão a cada um a oportunidade de ser quem são, de estarem no lugar em que se colocam e ainda assim mostrando que, por inúmeras vezes, o que de melhor acontece não é reverenciado corretamente.
Por isso os dias ficam cada vez mais curtos, tentando sugar o melhor e deixá-lo sob os tapetes, dando ênfase àquilo que traz dificuldades, que coloca as pedras no percurso e gera um desconforto muito maior.
Mas o mais interessante mesmo é a capacidade com que, dia após dia, todos deixam de aproveitar o que de melhor acontece, o dividir de alegrias e até mesmo o compartilhar de uma presença, que mesmo sem dizer uma palavra já é o bastante para tornar aquele simples encontro parte do que futuramente muitos tratarão como um passado distante por se deixarem levar e não perceber que a cada dia vão apagando suas próprias histórias e lembranças por puro e simples medo de repetir os atos e gestos que trouxeram as maiores alegrias...

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