terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alcançar mais que um final

Para tudo sempre há o tempo certo, a hora correta, mas são poucas as pessoas que ainda conseguem, e sabem, aproveitar aqueles instantes únicos ao lado de alguém para estar ali por inteiro, não para dizer que tem, mas para provar que é.
Mas a vida sempre trata de mostrar ao longo dos anos que o tempo só é curto quando o vazio toma conta da alma, não há nada para se dizer, para se oferecer na verdade, além de uma presença vazia, um mero corpo que vaga em um oceano onde as correntezas determinam a direção, pois os sonhos que são as velas já se perderam há muito...
Com isso a presença vai ficando fria, o que antes poderia parecer algo interessante vai ficando igual, perdendo o brilho, e muitos só aprenderão que os jardins mais floridos também passam por estações, perdem pétalas, folhas, cores e nos dão a certeza de que em breve tudo estará radiante mais uma vez... mas as pessoas teimam em não olhar mais para a natureza, já que não associam mais a própria vida a algo natural, e por isso se perdem facilmente, virando mais um dentre muitos.
Só que alguns conseguem aprender antes, vivendo verdadeiramente, sem que isso atrapalhe o caminho escolhido e ainda traga os melhores ventos, assim como estes mesmos ventos trazem as nuvens negras para regar os jardins...
Outro ponto interessante é a percepção que cada um dá para as estações da vida, do que acontece, de como agir e interagir, sem entender que os ciclos não são punitivos, assim como a chuva não o é, pois quando pequenos todos aprendem a se levantar a cada queda, mas ao crescer vão perdendo a prática, por acharem que já estão crescidos demais para viver, algo que toda criança faz com sabedoria.
Então olhamos para trás, enxergamos histórias que parecem tão atuais que ainda mostram as imagens na retina, frescas como um quadro recém pintado, como a única obra de arte que poderemos criar, pois é assim que a vida é para quem doa mais do que um corpo vazio aos demais... e que hoje é mais comum do que muitos imaginam... retratando a incapacidade de muitas pessoas em aceitar o outro, de permitir que histórias sejam escritas com o passar dos anos, não para ter o chamado final feliz, mas para transcorrer de forma feliz até o final...

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