domingo, 3 de março de 2013

Sempre que puder parar por um breve instante...

No dia em que nossos passos se encontraram os laços de hoje foram se formando, conectando nossas almas, continuando a caminhar enquanto o caminho é construído, deixando-nos tomar para nós um pouco do tempo um do outro, doando nosso melhor em cada momento, em cada lição, até mesmo quando tudo ao redor parece mudar de repente...
O que mais pode chamar a atenção é o mais importante, da mesma maneira que visitamos nossos jardins e encontramos referências das estações que se sucedem, das pétalas que se acomodam delicadamente no chão, dos espinhos que por vezes nos pegam para revelar uma necessidade de atenção verdadeira, de parar e olhar com calma um certo detalhe.
Só que nem sempre paramos para olhar com cuidado o que devemos, em certos dias o tempo parece não ser suficiente às histórias que vão seguindo seus caminhos, entrelaçando-se e apontando para um desfecho conectado, ao mesmo tempo em que mais adiante vai nos mostrar que por vezes nos esquecemos de parar e contemplar...
Então passamos a procurar novos caminhos, porque o atual parece não nos atrair mais, como se isso fosse verdade, mas no fundo as nossas estações internas é que estão revelando que deixamos de regar certas sementes, que nos habituamos demais aos dias em que nada parece ocorrer... quando no fim acabamos perdendo nossas essências.
Um pouco mais à frente compreenderemos o que ocorreu, mas no momento em que um espinho nos puxou seguimos em frente como se nada tivesse acontecido, deixando para trás mais do que uma breve parada, pois passamos a percorrer a vida ao invés de vivê-la, algo que diariamente ocorre quando o que mais nos encanta parece não chegar mais aos olhos através do coração...
Assim os nossos laços vão se fragilizando, pouco a pouco parecem perder a forma... dando-nos a incapacidade de olhar novamente o outro com os mesmos olhos, com a mesma ternura, desejo e até mesmo compaixão...
Mas também podemos olhar quantos espinhos já estiveram presentes em nossas vidas e tomamos o caminho oposto, parando por um tempo para notá-lo, valorizando-o da maneira correta, deixando de lado o egoísmo que se transforma em pressa e que vai desmanchando tudo o que de mais belo construímos ao longo dos dias.
Além disso, precisamos ir um pouco além, pois são os espinhos que vão nos conectar ainda mais, desenhando novas formas de aceitar fragilidades, forças e também o que preenche os corações que vivem conectados por laços que se assemelham às pétalas sem perder o toque delicado dos espinhos que tanto nos ensinam...
Recordamos também que cada linha preenchida pelos sentimentos mais profundos que podemos ter são sensíveis às mesmas estações que vão nos presentando com mudanças constantes, que nos fazem voltar no tempo para apreciar novamente o que nos chama a atenção, que nos faz dedicar tempo suficiente para simplesmente estarmos ali um do lado do outro em qualquer estação...

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