domingo, 10 de março de 2013

Os presentes semeados pelas lições dos caminhos trilhados

Caminhos ficam guardados nas memórias para que possamos voltar no tempo, para que tenhamos a certeza de que as dúvidas daqueles instantes nos trouxeram a oportunidade de aprender as lições mais valiosas, de compartilhar gestos que saem da compreensão de muitos, mas que ao mesmo tempo nos deixam livremente conectados através dos laços que um dia começamos a formar num passado muito presente.
É interessante olhar para trás, reencontrar cada um dos nossos encontros, rever questionamentos que surgiram após muitas respostas, que incessantemente vão no alimentando, nos deixando aptos a olhar para a frente sem medos antigos, reforçando nossas raízes e podendo fazer de cada instante um evento atemporal.
Mas também temos que entender que cada passo vai além de uma mera explicação, atraindo aquilo que semeamos pelo caminho, encontrando novas gotas que se acomodam nas pétalas dos nossos jardins ou então alcançam seu destino ao tocar o solo para deixar que novas floradas venham ao mundo...
Então o sentido de nossas ações ganha um novo lugar para repousar, fazendo com que cada marca dos espinhos que encontramos ao longo dos dias apenas nos mostre o quanto já vivemos, o quanto nos divertimos aprendendo e que pouco a pouco podemos criar tantas barreiras que tomamos o rumo inverso...
Por isso a vida vai desenhando aos poucos o que precisamos, sem que para isso tenhamos que sempre passar pelos mares mais agitados, pois ao conseguirmos aproveitar a experiência já vivenciada por alguém vamos mais longe sem precisar correr...
Só que aí podem haver conflitos desnecessários, uma vontade descabida de não acreditar em que nos aconselha, para que após muitos anos tenhamos compreendido que em dados instantes temos que aprender sem provar, sem precisar carregar marcas pelo restante dos dias, mas acima de tudo ter conseguido deixar o ego um pouco de lado só para viver aquele momento.
Desta forma vamos entendendo melhor quem somos em nossas raízes, pois a cada novo dia o tempo apenas nos leva mais à frente através de um presente que nem sempre é aceito, especialmente quando deixamos de cuidar de nós mesmos apenas para seguir um caminho que não nos pertence.
E deste jeito cada vez que olhamos para trás tudo parece ganhar ares de arrependimento àqueles que ao longo do caminho foram apagando sua própria existência, apenas sobrevivendo dia após dia porque não conseguem mais regar as inúmeras sementes deixadas ao longo do caminho, que agora se transforma num deserto pelo fato de querer apagar qualquer marca de outra pessoa na própria vida...
Mas aí muito pode ser feito na direção contrária, as sementes que mais regamos podem não ser aquelas que sumariamente plantamos, e é deste modo que as lições mais valiosas permanecem em nossas vidas, como obras de arte que alguém nos apresenta de maneira tão plena que passam a fazer parte de nós mesmos sem que para isso tenhamos que esquecer quem somos e como as nossas raízes irão compartilhar o mesmo terreno ao longo dos anos, apenas atestando que aprender é libertar e não apreender...
Sendo assim os caminhos mais longos já trilhados sempre estarão ao nosso redor, assim como nós mesmos fazemos parte de um universo único de cada pessoa que passa pelas nossas ruas, das mais largas às mais estreitas, daquelas mais floridas ou das que estão se renovando e abrindo caminho para outro florescer que se segue até encontramos quem transforme certas lágrimas em alimento para o nosso melhor...

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