quarta-feira, 6 de março de 2013

Ao conhecer o reconhecer...

Reconhecer não é apenas saber quem está na nossa frente, é ter a oportunidade de conhecer mais um pouco quem nos faz bem, trazer à tona todas as lembranças que já nos conectam, que deixam histórias ganharem laços que, em cada volta, ainda tornam os dias melhores.
Ao reconhecermos uma pessoa ganhamos a chance de conectar nossas histórias que foram vividas em separado, da época em que ainda não nos conhecíamos, das viagens que fizemos, dos momentos em que estivemos afastados e que agora podemos ligar.
Mas mesmo assim vamos realocando nossas experiências, deixando que nossos traços mais íntimos se façam presentes enquanto pudermos colocar sorrisos nos lábios um do outro, tornando nossos sonhos mais vivos e também deixando nossas sementes nos jardins que encontramos pelo caminho...
E também é possível perceber que diariamente vamos reconhecendo a nós mesmos, ao observarmos atentamente como as sementes dos outros cresceram em nossos jardins, como regamos o melhor do outro e permitimos que o nosso melhor também recebesse a mesma acolhida.
E aí o reconhecer vai se tornando um hábito que nos permite caminhar lado a lado, criando conversas através do olhar, tendo no entrelaçar dos dedos a segurança que nos faz seguir os sonhos, que nos prova que o conhecer só é possível se existir um eterno reconhecer.
Mesmo assim temos que tomar em nossas mãos mais do que as mãos do outro, vamos na verdade acolhendo corações que se conectam aos nossos através dos dedos que se moldam para não permitir uma perda... e que vai se tornando ainda mais relevante se pudermos cuidar daquele coração como se fosse o nosso...
Além disso nossos olhos também vão nos oferecendo uma linguagem própria, um idioma particular que nos liga cada vez mais, que nos deixa dar um passo de cada vez, que também apaga a existência exclusiva do eu para dar lugar ao nós... só que sem transformar o nós em um eu que só vive no outro.
E também vamos delineando as linhas tênues que deixam certos espinhos necessários mas não obrigatórios, tendo aprendido a viver com mais respeito, não porque tentamos evitar as diferenças, mas porque ao reconhecer um no outro estas diferenças é que nos permitimos transformar cada espinho em uma experiência que nos prende ainda mais a cada sonho, em cada desejo que dividimos e que dão ao caminho um eterno reconhecer que descobre pouco a pouco o quanto cada conhecer deve se repetir...

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