quarta-feira, 20 de março de 2013

As histórias desenhadas nas estações

Enquanto caminhamos lado a lado trazemos para o presente toda a história que escrevemos linha por linha, palavra por palavra, com tantos sentimentos quanto se pode imaginar, gravando em cada dia laços que nos acompanham continuamente, longe ou perto, sonhando ou acordados, dando evidências de que tudo o que passou a fazer sentido após nosso encontro é apenas o início de novos sonhos que se sustentam naqueles que já trouxemos desde o nascer...
Os sonhos vão semeando nossos caminhos, deixando que nossas mãos aprendam a segurar o que é preciso, liberando o que é necessário, trazendo aos afagos mensagens que se encontram com desejos mútuos, desenhando nas linhas seguintes os sonhos que passamos a compartilhar sem nos esquecer daqueles que já nos acompanham.
E neste momento todos os jardins que visitamos passam a ter novo significado, foram construindo pouco a pouco um percurso que não precisa ser mensurado, pois valeu cada instante, tanto antes quanto depois de nosso encontro, do contato que nos deixou próximos para poder sonhar, viajar durante as conversas e alcançar um estágio muito mais profundo do relacionamento...
Mas mesmo assim temos muito a dividir, a viver, provando que nossas trocas de experiências vão moldando os rumos pelos quais caminharemos, com qualquer clima, a qualquer hora, com passos rápidos ou mais lentos, apreciando as paisagens ou então experimentando cada estação das mais variadas formas...
Então cada laço vai se transformando em uma raiz que projeta o êxito das sementes que trocamos, do que plantamos no coração um do outro, que de tempos em tempos retorna às estações e nos deixa cientes de que ciclos são necessários e não deixam desaparecer o que temos em nossas almas.
Por isso mesmo é que podemos fazer longas caminhadas sem que existam sonhos que se apagam, pois as asas que nos permitem sonhar ainda são tão jovens quanto as almas que carregamos e tornamos maduras, enraizadas e fortes o suficiente para nos adaptarmos aos ciclos, do mesmo jeito que as flores o fazem quando as estações se passam...

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