sábado, 5 de janeiro de 2013

A cada linha gravada...

Linhas retilíneas são vistas como sem graça por aqueles que não sabem escrever suas próprias histórias, suas lembranças mais vivas, seus sonhos e se deixam levar por correntezas, quando poderiam ter aproveitado as rajadas de vento para direcionar suas experiências.
O fato de seguir em frente por um caminho que parece sem graça nos faz ir além do que os olhos podem ver, tendo na alma o maior reflexo do que escreveremos nas linhas seguintes, trazendo àqueles dias todas as cores e palavras que vão delineando os sentimentos, que vão nos construindo pouco a pouco...
Mas para muitos a imaginação deve ser reprimida, não por fazer com que os sonhos existam, mas por fazer com que eles ganhem asas, pernas, cores e pulsação... até mesmo quando dormimos, quando estamos acompanhados ou a sós.
Só que se as linhas retas nos acompanham incessantemente é porque precisamos olhar com mais calma o que deixamos escrito pelos lugares que passamos, pelas almas que tocamos e acariciamos diariamente, nem sempre do modo que o outro espera, mas do jeito que melhor podemos fazer, com toda nossa essência e leveza.
Então as marés também nos farão seguir por caminhos que nem sempre esperamos, mas que nos dão a esperança de criar novas histórias, que vão nos ensinando de leve as lições que terão mais valor, que nos deixarão mais vivos, mais completos e talvez mais sábios sem precisar envelhecer a alma...
E aí podemos ter surpresas, mas não deixaremos de reencontrar o que nos faz bem, o que nos move adiante e que diariamente é gravado nas tênues linhas da vida, no livro que soma nossa história, que divide experiências, multiplica alegrias e subtrai tristezas... mas até alcançarmos um estágio maior é preciso entender que cada degrau só vale a pena quando todo vento que nos traz lembranças faz vibrar nossos sonhos mais íntimos...

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