quarta-feira, 22 de maio de 2013

Nos textos dos poetas...

Poetas escrevem em linhas que não precisam ser retas, usando folhas que podem estar nas árvores, passando pelos galhos, trilhando o tronco, alcançando nuvens e retornando ao solo na forma de gotas de chuva que alimentam novas sementes para que os ciclos e estações continuem ativos...
Mas estes mesmos poetas também se aproveitam dos ventos para encontrar nos mares as referências de seus textos, tendo nas mais suaves brisas o tempo ideal para apreciar o nascer do sol, mas quando se deparam com tempestades também encontram razões para perceber nuances que apontam novamente para palavras que servem de guia àqueles que percorrem outros caminhos.
Então novas janelas são abertas, mesmo que só no imaginário, deixando a mente fluir, ir encaixando palavras que se transformam em vitrais a serem apreciados mais tarde, só que sem acabar toda a obra ali, deixando sempre um segmento a se completar, uma nova porta para se abrir e também a oportunidade de poder retornar.
Por isso todas as nuvens contornadas com palavras ganham formas que as crianças reconhecem com mais facilidade, pois ainda não aprisionaram suas mentes e conseguem habilmente compreender que somente as almas mais jovens se entendem sem se preocupar em demasia com o que é irrelevante...
E aí os dias ganham sempre novas chances de encantar outras almas, assim como cada palavra que se segue nos textos que podem até alcançar um ponto final, mas jamais terminam ali, trazendo às demais mentes um universo a se percorrer, deixando-se levar pelas brisas descritas, ou então fazendo daquela semente um outro porto seguro para voltar quando um caminho não parece tão agradável...
Ainda assim cada uma das folhas preenchidas por palavras não é o suficiente para aqueles que dia após dia escrevem com a alma, saindo do mero aglomerar de palavras para conectar céus e mares através das frases e letras...
E feito isso tudo ao redor se renova, assim como as folhas das árvores que retornam como alimento para as futuras gerações, sentindo novas gotas de chuva que retornam preenchidas por aquilo que nutre e torna possível viajar sem sair do lugar, criando e recriando continuamente histórias daquilo que nos cerca e que com o passar dos anos já não parece interessante para quem abandonou a alma há muito...

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