segunda-feira, 13 de maio de 2013

Lugares que nos encontram

Muitos preferem buscar o que se encontra ao longe correndo sem notar que ao lado existe o caminho para que tudo se desenhe perfeitamente na vida, fugindo através de supostos atalhos que levarão até o lugar que não se quer estar, criando de maneira artificial um breve instante de felicidade, mas ao mesmo tempo tudo se dissolve rapidamente por ser apenas algo irrelevante para quem não soube aproveitar o percurso para fazer seu destino valer a pena.
Por inúmeras vezes os caminhos trilhados são insatisfatórios para aqueles que não aproveitam a jornada, querendo que tudo aconteça de repente, num simples piscar de olhos ou entre a inspiração e expiração, como se já tivessem vivido o suficiente e percebido que nada haviam feito para que mais alguém sorrisse enquanto os caminhos se cruzavam...
E assim vão trazendo novas percepções diluídas em sonhos que não lhes pertencem, que nasceram com outras pessoas, fazendo da importação dos sonhos dos outros o único meio de existir e perdendo a oportunidade de viver.
Então este comportamento vai consumindo todas as oportunidades de se olhar para horizontes que vão dar o rumo que se deve seguir, deixando que cada passo seja dado em seu devido tempo, harmonizando e equilibrando os dias sem que passem diante dos olhos como borrões que nada significam...
Só que muitas vezes as pessoas se apegam somente a isto, não se deixam navegar por entre os sonhos, não fixam portos e tampouco sabem quando içar ou recolher as velas, assim como se esquecem de acender as velas nos dias em que as dúvidas pairam sobre os pensamentos...
Mesmo assim é preciso olhar atentamente ao que cerca cada um, pois cada caminho sempre vai ter a paisagem que cada um deseja encontrar, aos apressados resta apenas um muro, mas àqueles que se deixam parar por breves momentos é aberto um novo mundo de possibilidades.
E aí o sentido seguido é sempre o melhor para si, cativando novas experiências ao longo dos trajetos, voltando aos caminhos que deixam as melhores impressões sem precisar eliminar o presente, aproveitando-se da respiração para caminhar ao invés de fugir do passado...
Só que o viver não vai apenas se definir no aproveitamento do caminhar, mas o que construímos com outra pessoa, aquilo que deixamos gravado em outras histórias e como deixamos que alguém participe ativamente do preenchimento das linhas que temos, velejando pelos mares até que cada porto nos traga o melhor, mas também levando algo melhor até cada parada, não como troca, mas porque só encontraremos um local seguro se o procurarmos com o coração...

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